A doação segura de sangue, comemorada neste 14 de junho no Dia Mundial do Doador, ainda é um desafio para muitos países em desenvolvimento – inclusive o Brasil.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 42% da coleta de sangue para doação no mundo acontece em países de renda alta, que correspondem a apenas 16% da população global. Isso significa um grande prejuízo aos tratamentos e intervenções urgentes na maior parte dos países.
No Brasil, 14 em cada mil habitantes doam sangue regularmente, segundo dados de novembro do Ministério da Saúde. O volume ainda está abaixo do ideal de 2% definido pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde). Na Europa, o percentual chega a 5%.
O sangue é vital para tratar feridos de todos os tipos, tem papel essencial nos cuidados maternos e neonatais e também é parte importante em procedimentos médicos e cirúrgicos complexos.
Além disso, é insubstituível – ou seja, não se produz sangue artificialmente. O ser humano é a única fonte dessa matéria prima para a transfusão. É um composto de células e existe para levar oxigênio para todo o corpo, defender o organismo contra infecções e participar na coagulação.
Qualquer pessoa de 16 a 69 anos pode doar sangue. A quantidade da retirada não afeta a saúde e a recuperação é imediata depois da doação. Uma pessoa adulta, por exemplo, possui em média 5 litros de sangue no corpo. Ao doar, vai deixar no máximo 450ml – e pode ajudar muita gente.
Isso porque todo o sangue doado é fragmentado em diferentes componentes, como hemácias, plaquetas e plasma. Uma pessoa que recebe a doação pode se beneficiar somente com as plaquetas, enquanto outra recebe as hemácias, por exemplo. A seguir, veja o que é preciso para doar sangue.
O que precisa para doar sangue
- Documento de identidade oficial (com foto e órgão expeditor)
- Estar em boas condições de saúde
- Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade precisam da autorização de um responsável)
- Manter intervalo entre doações: 90 dias para mulheres e 60 dias para homens
- Pesar mais que 50kg
- Não estar em jejum
- Esperar pelo menos 3h depois do almoço ou jantar
- Não ter feito uso de bebidas alcoólicas nas últimas 12h
- Não ter tido parto ou aborto há pelo menos 3 meses
- Não estar grávida ou amamentando
- Não ter feito tatuagem ou maquiagem definitiva há pelo menos 12 meses
- Não ter feito piercing em cavidade oral ou região genital
- Não ter feito endoscopia ou colonoscopia há menos de 6 meses
- Não ter tido febre, infecção bacteriana ou gripe há pelo menos 15 dias
- Não ter fator de risco ou histórico de doenças infecciosas, transmissíveis por transfusão (hepatite após 11 anos, hepatite B ou C, doença de chagas, sífilis, AIDS, HIV, HTLV I/II)
- Não ter visitado área endêmica de malária há menos de 1 ano
- Não ter tido malária
- Não ter diabetes em uso de insulina ou epilepsia em tratamento
- Não ter feito uso de medicamentos anti-inflamatórios há menos de 3 dias (se a doação for de plaquetas)
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O Dia Mundial do Doador de Sangue, em 14 de junho, foi instituído em 2005 e homenageia o nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as diferenças entre os tipos sanguíneos.
Desde então, cada ano tem uma campanha para incentivar a doação. Em 2023, o tema é “Dê sangue, dê plasma, compartilhe vida, compartilhe com frequência”, chamando a atenção para os pacientes que precisam de transfusão ao longo da vida.
A campanha destaca que os doadores “presenteiam” essas pessoas com sangue ou plasma regularmente e, assim, criam um suprimento seguro e sustentável para o tratamento em todo o mundo. Neste ano, o país anfitrião é a Argélia, através do Serviço Nacional de Transfusão.
Folga e desconto para doadores
Para incentivar a doação no Brasil, as leis trabalhistas permitem que funcionários justifiquem a falta quando forem doar sangue. Para isso, basta apresentar atestado oficial emitido pelo banco de sangue no qual o funcionário compareceu. O mesmo vale para servidores públicos e militares.
Em alguns estados, doadores recorrentes têm direito a outros benefícios, como meia-entrada em estabelecimentos culturais, atendimento preferencial em bancos e supermercados e isenção de taxas em concursos públicos.
Neste ano, a AIC (Academia Internacional de Cinema), de São Paulo, oferece até 10% de desconto no valor dos cursos imersivos de férias para quem doar sangue no mês de junho.
Os cursos têm foco na sétima arte, como direção de fotografia, roteiro, edição e figurino. A duração é de uma semana na sede da escola no bairro Higienópolis, na capital paulista, no mês de julho. Veja a lista dos cursos aqui.