O que fazer quando alguém pergunta qual celular comprar?

O sempre excelente Chris Ziegler coloca essa pergunta em um artigo no The Verge (de onde eu roubei esta foto). Se você está lendo o Gizmodo, há uma chance de ser considerado o “entendido de tecnologia” da família ou trabalho. Nesse período do ano, quando todo mundo se reúne, você deve ouvir este questionamento um […]

O sempre excelente Chris Ziegler coloca essa pergunta em um artigo no The Verge (de onde eu roubei esta foto). Se você está lendo o Gizmodo, há uma chance de ser considerado o “entendido de tecnologia” da família ou trabalho. Nesse período do ano, quando todo mundo se reúne, você deve ouvir este questionamento um bocado de vezes. Como nota Ziegler, não é “qual o seu telefone favorito” ou “Qual telefone tem as melhores especificações” mas “qual telefone EU devo comprar”. Como o autor bem explica, é uma pergunta problemática e sem resposta.

Pensei um bocado nisso hoje, quando conversava ao telefone com meu pai. Ano passado, ele perguntou se deveria comprar um Samsung Galaxy S ou esperar o iPhone 4 chegar nas lojas da operadora. Tivemos uma longa conversa e acabei recomendando o Galaxy S. Meu pai tem algum problema de vista cansada, e a tela maior podia ajudar, ele gosta muito de futebol e a TV embutida era interessane. Fora que ele é heavy-user de e-mail e não há dúvidas que o Gmail embutido no Android é uma solução melhor, ainda mais com as notificações, que à época não existiam na vizinhança.

Pois bem, ele me xinga até hoje pela minha escolha. Ele reclama da instabilidade do sistema, do GPS ou da bateria. “Deveria ter comprado um iPhone, fui seguir o seu conselho, bla bla bla”. Ele trabalha com TI há 30 anos e consegue lidar bem com tecnologia, mas achou os problemas irritantes demais. Recentemente ele e a namorada foram para a Europa, e pedi pra ele me trazer o iPhone 4S, o que uso hoje. A namorada dele, longa defensora do Symbian, acabou comprando um também, mesmo que eu não tivesse recomendado nada pra ninguém. E, ao que meu pai me conta, ela não para de reclamar. Meu pai disse que quando for a Brasília teremos uma reunião para eu tentar entender os problemas dela e ajudá-lo a escolher seu próximo aparelho. O lobby pró-Android do departamento de TI que ele trabalha (qual departamento de TI não é pró-Android?) está puxando-o para o Galaxy SII. Ele até recusou o iPhone 4S da namorada de natal. Vai entender.

A historinha familiar ilustra o ponto principal do Ziegler: por mais que você conheça profundamente o sujeito, é impossível fazer sempre a recomendação certa. Ademais, o problema de fazer uma recomendação é que você se torna depois responsável por qualquer problema que a pessoa tiver. É quase que um pós-venda obrigatório, que pode durar um ano. Por isso meu atual modus-operandi (como muitos leitores do Giz que já pediram conselhos no Twitter sabem) é basicamente diminuir as opções e não escolher pela pessoa. Pergunto “quer pagar quanto?”, “qual telefone não compraria de jeito nenhum” e quais são as 3 opções (no máximo) que ele está considerando depois de pesquisar. Daí cito os prós e contras de cada uma das opções, dou alguns links de reviews, espero o cara falar “acho que vou comprar tal” e retruco com um “boa!” ou algo assim. Minha opinião ainda vale algo, mas parece que ele decidiu sozinho, o que faz com que minha responsabilidade seja menor no pós-venda.

Quanto a Ziegler, ele diz que acaba sempre recomendando um iPhone, mesmo que goste mais do Android — o cara tem um Galaxy Nexus e o considera o melhor smartphone já feito. É uma leitura interessante, especialmente nos comentários. Eu particularmente acho que a coisa é bem menos trivial e gosto meu método (especialmente considerando que o preço do Brasil faz com que o iPhone seja opção para poucos). Como “gurus de tecnologia”, quais são as suas recomendações de compras? [The Verge]

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