McMurdo, estação localizada em uma rocha vulcânica na costa da Antártica, no Pólo Sul, gerida pela National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, poderá receber internet de alta velocidade em breve.
A estação recebe todo ano até mil visitantes entre outubro e fevereiro (seu período de verão), geralmente pesquisadores com o objetivo de estudar o clima, a ciência oceânica e outros tópicos. Mas uma barreira atrapalha muito essas pesquisas: a Antártica (ou Antártida) é o único continente do mundo que não tem internet boa, de alta velocidade, problema que a NSF tentará resolver.
Plano de fibra ótica
No início deste ano, a possibilidade de colocar um cabo de fibra ótica no fundo do mar entre a Antártica e a Austrália ou a Nova Zelândia começou a ser estudada. Essa ideia já dura mais de uma década, mas acabou ficando de canto por outros projetos da estação.
Em junho, a NSF realizou um workshop de três dias com investigadores internacionais para discutir os benefícios de um cabo de fibra ótica para a pesquisa, a educação e o bem-estar na Antártica.
Em outubro foi divulgado um relatório com pontos chave, rotas potenciais e a forma como o cabo de fibra ótica poderia ser aproveitado para obter dados científicos adicionais.
Se esse último esforço para modernizar a internet na Antártica for um sucesso, os cientistas dizem que ele transformará tanto a pesquisa quanto a vida diária no continente congelado.
As melhorias
A modernização da internet na Antártica permitirá aos estudiosos transmitir ao vivo as operações diárias de investigação, melhorar a previsão do tempo, analisar imagens de satélite em tempo real, melhorar a segurança cibernética e participar em projetos além das pesquisas no campo.
“Isso mudaria a experiência fundamental de viver na Antártica”, disse Peter Neff, glaciologista e professor assistente de pesquisa da Universidade de Minnesota.
A decisão de avançar ou não com o projeto será tomada após a realização da próxima etapa, que será um estudo formal de design de desktop e engenharia que a NSF vai liderar com a ajuda do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e que incluirá o preço do cabo e da infraestrutura necessária, o estudo da rota e o desenvolvimento de um cronograma para instalação.
Hoje, os pesquisadores que trabalham na Antártica contam com satélites de baixa largura de banda para se comunicar com o mundo exterior.