A sonda Odyssey tem pairado sobre Marte há 16 anos, fotografando sua superfície e coletando dados todo esse tempo. Existem, aparentemente, combinações infinitas de coisas a se estudar e instrumentos com os quais fazê-lo. Desta vez, tudo que a NASA teve que fazer, no entanto, foi virar a câmera.
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A Odyssey tirou suas primeiras fotos da pequena lua marciana Fobos com seu “Sistema de Imagem de Emissão Térmica” (THEMIS, na sigla em inglês) em 29 de setembro. A lua tem apenas 22,5 quilômetros de diâmetro, e as imagens foram tiradas a cerca de 5.632 quilômetros, a distância entre Nova York e Londres, por exemplo.
Talvez você esteja confuso sobre como isso é notícia, já que outras naves, como o Orbitador de Reconhecimento de Marte, já tirou fotos da Fobos anteriormente. Mas essa é a primeira vez que a Odyssey especificamente deu uma olhadinha na lua, além de ser a primeira imagem infravermelha do satélite disponível.
A Odyssey normalmente usa o THEMIS para observar Marte, já que o planeta está apenas cerca de 402 quilômetros abaixo. Tipicamente, a sonda trabalha em seus objetivos principais: entender a geologia do planeta vermelho, sua atividade hídrica e se tem ou algum dia teve vida. Porém, de acordo com uma declaração da NASA, os cientistas só recentemente desenvolveram a manobra para de fato virar a sonda em direção à lua, que orbita em uma altitude de 5.954 quilômetros.
Imagem: NASA/JPL-Caltech/ASU
Como reprodutor de imagem térmica, o THEMIS captura informações de temperatura da superfície. Isso é importante para estudar coisas espaciais: entender como as coisas aquecem e resfriam sob a luz do sul poderia ajudar os pesquisadores a descobrir de que são feitas coisas como a lua Fobos e, portanto, desvendar suas origens. É como tentar descobrir do que é feito o topo de um fogão baseado no quão rapidamente ele esfria.
As luas de Marte são esquisitas. Elas são pequenas e patéticas batatas em comparação com luas como a nossa ou a Titã, lua de Saturno que é maior que até mesmo o planeta Mercúrio. Mas alguns cientistas acham que, em algum momento no passado do planeta vermelho, ele tinha um sistema de anéis, como o de Saturno, que coalesceu em luas — e que um dia vai se transformar em anéis novamente. Afinal, a Fobos está literalmente se destruindo.
O universo é repleto de coisas novas a serem estudadas e métodos a serem descobertos. Mas, às vezes, você simplesmente precisa virar a câmera antes.
[NASA]
Imagem do topo: NASA/JPL-Caltech/ASU