A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o risco global sobre o novo coronavírus, batizado oficialmente como COVID-19, para “muito elevado”. Esse é o mesmo nível que o grupo tinha colocado para a situação na China, mas agora em nível internacional. Apesar da mudança, o surto ainda não se tornou oficialmente uma “pandemia”.
Em uma coletiva de imprensa, o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS, disse que tem visto epidemias interligadas da doença em diversos países, mas que a “a maioria dos casos ainda podem ser rastreados para contatos conhecidos ou agrupamentos de casos. Ainda não vimos evidências de que o vírus está se espalhando livremente nas comunidades.”
Ele disse ainda que, enquanto a situação permanecer assim, ainda há chances de conter o vírus, caso as autoridades de cada país tomem “ações robustas” para detectar os casos no início, isolar as pessoas, cuidar dos pacientes e traças as redes de contato que poderiam espalhar a infecção.
A mudança de classificação de risco para muito elevado serve como alerta para os governos ao redor do mundo. O chefe de operação da OMS disse que os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com a chegada do vírus e que esse alerta é uma tentativa de conscientizar a todos.
A OMS revelou ainda que nas últimas 24 horas a China relatou 329 casos, o menor número e um mês. O país totaliza 78.959 casos e 2.791 mortes – a maior parte dos infectados pelo COVID-19.
Fora da China foram 4.351 casos em 49 países, chegando a 67 mortes. Desde ontem, Dinamarca, Estônia, Lituânia, Países Baixos e Nigéria relataram novos casos, todos ligados a pessoas que viajaram para a Itália.
Neste momento, 24 casos em 14 países estão ligados com pessoas que estavam na Itália e 97 a pessoas que estiveram no Irã e viajaram para 11 países.
O Brasil monitora 132 casos do coronavírus, um aumento considerável devido a elevação da “sensibilidade da vigilância da rede pública de saúde devido à inclusão de 15 países, além da China, que apresentam transmissão ativa do coronavírus”, segundo o Ministério da Saúde. Isso significa que pessoas que viajaram a mais países e apresentam alguns dos sintomas do COVID-19 passam a ser monitoradas. Por enquanto, apenas um caso foi confirmado por aqui.