Os melhores posts Zeebo é oficialmente apresentado
Durante o mês de aniversário, vamos republicar os 20 posts que mais bombaram na história do Giz, caso você tenha perdido algumas das coisas bacanas que passaram aqui. Divirta-se.
Depois do primeiro contato, fui até a coletiva da Tectoy para conhecer melhor o Zeebo, o novo console da empresa. Na real, ele é exatamente do jeito que a gente falou. Os gráficos são bem ruinzinhos mesmo, mas a grande jogada dele é sua plataforma de distribuição. Todos os aparelhos são conectados a uma rede ZeeboNet via 3G (com a tecnologia da Claro, aqui no Brasil), e esse é o único jeito de comprar jogos para o Zeebo. Ou seja, nada de mídias. Desse modo, o pessoal da Tectoy espera conter a pirataria, de modo que os publishers de jogos possam entrar em tudo quanto é mercado desse mundão de meu Deus pela porta da frente, sem falsificações. Principalmente em países emergentes, tipo China – Índia – Rússia.
Vi dois problemas no Zeebo, logo de cara. O primeiro é que ele é muito caro. Se fosse lançado hoje (só vai rolar em 2009), o preço seria R$ 600. Com isso, dá pra comprar um PS2 com nota fiscal e tudo. E sério, lá tem God of War, Resident Evil IV e vários outros jogos sensacionais. O segundo é achar que só porque um sujeito não tem grana, ele vai se contentar com um videogame menos bacana, ainda mais com o PS2 por aí com jogos matadores. Como a Tectoy mesmo disse, os grandes publishers (tipo EA, Capcom, Namco) pretendem desenvolver jogos para o Zeebo. Mas, por enquanto, somente ports foram apresentados, como Fifa 2008. Ports são adaptações. É mais ou menos a mesma coisa que comer churrasco de gato vs. churrasco de picanha. Os dois são carne de boi, mas um é tãaaao melhor do que o outro… Os jogo do Zeebo vão custar entre R$ 10 e R$30.
Até seria possível traçar um paralelo com o Wii, que também não tem gráficos em alta definição (a Tectoy até quer lançar um controle com acelerômetro ano que vem) Definitivamente, não são os gráficos que fazem a diferença no Wii. É a interface, a jogabilidade. Quem já jogou Mario Galaxy sabe que não é somente chacoalhar o wiimote e pronto. Ainda não dá para avaliar se o Zeebo vai conseguir entrar em uma onda parecida com essa.
Consegui jogar um pouco em um protótipo do console. Tinha Crash Nitro Kart, um genérico de Mario Kart, e também Quake. Sim, aqueeeele Quake. O primeirão. O controle é leve demais, parece feito de um plástico barato. Mas a resposta foi bem ok. Só que os gráficos realmente desapontam. É quase um Playstation I, um 3D meio rudimentar. Esses consoles não tinham a interface da ZeeboNet já instalada, eram protótipos, então não deu pra ver como o UI se comporta. Dê uma olhada nos vídeos para ver todas essas coisas funcionando e tal.
Resumindo: o Zeebo é uma promessa baseada fortemente no seu sistema de distribuição, a Zeebonet, que é uma rede 3G. Esse é o grande diferencial da coisa. O console, em si, não tem nada de bacana. Por enquanto, os jogos principais serão ports (adaptações de jogos já consagrados), e os gráficos ficam ridiculamente abaixo dos games de nova geração. Ele é voltado para o público de menor poder aquisitivo, que ainda não tem videogame, mas parece ser muito caro (R$600???) para atingir esse objetivo. O que ele pode é ser imune a pirataria, já que os jogos serão apenas distribuídos pela rede. Tem que ver se alguém vai se interessar pelos jogos, em primeiro lugar. Sem jogos bons não existe console que vá pra frente.
[Originalmente postado em 12/11/2008 – veja o original, aqui]