Um estudo publicado na revista American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine confirmou que a inalação de óxido nítrico pode beneficiar pacientes com insuficiência respiratória devido à pneumonia por Covid-19.
De maneira geral, a substância dilata os vasos sanguíneos nos pulmões. Por isso, costuma ser utilizado para tratar condições cardiorrespiratórias graves tanto em recém-nascidos quanto em adultos.
Em 2003, durante o surto da síndrome respiratória aguda grave (SARS), experimentos com óxido nítrico demonstraram que ele pode ajudar na melhora da oxigenação dos pacientes. Dessa forma, a nova pesquisa buscou testar a substância na aplicação contra Covid-19.
Entenda a pesquisa
Há um tempo, pesquisadores realizaram ensaios clínicos com inalação de baixas doses de óxido nítrico (1-20 partes por milhão).
Como resultado, descobriram que a substância aumenta os níveis de oxigênio no sangue em pacientes gravemente enfermos com lesão pulmonar aguda.
Agora, o novo estudo quis testar o potencial deste tratamento em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 que desenvolvem complicações pulmonares. Por isso, realizaram testes com 193 adultos com Covid-19 desde março de 2020.
Eles estavam com insuficiência respiratória e, por isso, permaneceram sob ventilação. Então, para parte deles, os cientistas deram altas doses de óxido nítrico (até 80 partes por milhão) por 48 horas. Já o restante recebeu apenas os cuidados habituais.
Em geral, os pacientes que receberam óxido nítrico tiveram uma melhora na oxigenação. Além disso, eles apresentaram menos riscos de desenvolver sintomas neurológicos a longo prazo, como por exemplo fraqueza ou dor nos membros.
Quando os pesquisadores testaram os níveis de SARS-CoV-2 no sangue e no escarro, os pacientes que receberam óxido nítrico também tiveram índices mais baixos. Segundo os autores do estudo, isso sugere que o óxido nítrico tem atividade antiviral.
Ainda assim, o tempo sob ventilação e as taxas de morte não apresentaram diferenças significativas com a inalação de óxido nítrico. Agora, os pesquisadores esperam que os resultados sirvam como referência para futuros estudos.