Por que a variante BA.6 da Covid é perigosa? Cientistas pedem volta de máscaras

Originada da erin, subvariante da ômicron, BA.6 acumula mutações inéditas e pode motivar nova onda de Covid-19
Mulher usa máscara como prevenção da BA.6, variante da Covid
Imagem: Pixabay/ Reprodução

Nos últimos dias, uma nova variante do Sars-Cov-2 surgiu em Israel e na Dinamarca e ligou o alerta de autoridades de saúde do mundo todo. A BA.6, como é informalmente conhecida, é uma subcepa da eris, subvariante da ômicron.

“Meus grupos de ciência no WhatsApp estão agitados. Diagramas de linhagem genética estão de um lado para o outro. Eu entendo pouco, mas parece que novamente é o momento de USAR MÁSCARA”, escreveu Trisha Greenhalgh, especialista em saúde primária da Universidade de Oxford, no seu Twitter.

Um artigo de opinião publicado na BMJ, uma das mais influentes e conceituadas publicações sobre medicina no mundo, crava que “é praticamente certo que entramos em mais uma onda de covid-19”. Quem assina o artigo é Christina Pagel, professora na University College London e trabalha com análise de dados e pesquisa operacional na área da saúde.

O que se sabe até agora sobre a BA.6

A BA.6 alarmou especialistas porque possui um grande número de mutações inéditas. Algumas delas estão associadas à transmissibilidade, ou seja, a sua capacidade de propagação. Outras estão relacionadas à sua habilidade de driblar o sistema imunológico. E outras mutações são completamente novas.

Até agora, pesquisadores possuem apenas três sequenciamentos da cepa. De acordo com Pagel, a disseminação geográfica indica ocorrência de transmissão comunitária.

No entanto, a matemática acredita que, por possuir tantas características diferentes da Omicron, a BA.6 é potencialmente capaz de causar uma grande onda de propagação da Covid-19. 

Números da Covid-19

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), houve um aumento de 80% de casos de Covid-19 registrados entre 10 julho e 6 de agosto em comparação com o mês anterior a nível mundial. No entanto, as mortes tiveram uma queda de 57% neste período.

Não há informações sobre a relação da BA.6 e os dados recentes, uma vez que a presença da variante só foi confirmada em dois países. Ainda assim, Pagel acredita que o alerta deve funcionar como um lembrete.

“Dada a proteção das vacinas e as infecções anteriores, é improvável que essa onda cause um grande aumento nas internações ou mortes. No entanto, qualquer aumento na carga hospitalar é uma má notícia”, escreveu em seu artigo de opinião. 

A importância do uso de máscaras

As máscaras faciais fazem parte de uma estratégia de controle de infecção, porque ajudam a prevenir a contaminação de quem a utiliza. Elas são uma barreira física para os germes liberados no ar quando alguém tosse, fala ou espirra.

Dessa forma, se duas pessoas usam máscaras PFF2, a chance de contágio é uma em cada mil, ou seja, de apenas 0,1%.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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