Países emergentes, como Brasil e China, confiam mais em IA, mostra estudo
Países emergentes, como o Brasil, Índia, China e África do Sul, são os únicos onde mais da metade da população expressa “forte confiança” e “aceitação” sobre as novas tecnologias de IA (inteligência artificial), revelou pesquisa da multinacional KPMG.
Segundo o levantamento, a Índia é o país com a maior taxa de confiança nessas ferramentas, com 75% de aceitação. No Brasil, 58% dizem que confiam em IA, enquanto 54% tendem a aceitar as novas ferramentas, que incluem o tecnologias como ChatGPT, Midjourney, Bing e Lensa.
Tendência a confiar e aceitar nas ferramentas de IA ao redor do mundo
Além disso, 50% dos entrevistados do Brasil disseram usar IA em seu trabalho, percentual que ficou só atrás da China (75%) e Índia (66%).
Em contrapartida, cidadãos de países desenvolvidos estão mais céticos. Apenas 23% dos entrevistados no Japão e na Finlândia dizem “confiar” em sistemas de IA. Nos EUA, 40% dos usuários afirmam ter confiança nessas plataformas, mas apenas 24% estão dispostos a usá-las.
O estudo entrevistou mais de 17 mil pessoas de 17 países, incluindo o BRICS (Brasil, Índia, China e África do Sul), EUA, Japão, Austrália e países europeus, nórdicos e asiáticos. Em todo o mundo, 82% da população tem algum conhecimento sobre IA. A Rússia integra o BRICS, mas não entrou na pesquisa.
Otimismo
De modo geral, 67% dos entrevistados se disseram otimistas com o potencial da inteligência artificial. Já 24% afirmaram estar “indignados” com o avanço deste tipo de tecnologia.
Mesmo com uma fatia de desaprovação, 82% de todos os entrevistados afirmam ter algum conhecimento sobre IA. Isso é mais comum na Coreia do Sul (98%), China (96%), Finlândia (95%) e Singapura (94%). A Holanda é o país onde menos pessoas dizem já ter ouvido falar na tecnologia (58%).
Segundo o estudo, apesar dos países emergentes se mostrarem mais positivos sobre IA, isso não reflete “otimismo cego” ou “falta de consciência” sobre possíveis riscos dessas tecnologias.
Os entrevistados brasileiros e sul-africanos, por exemplo, se mostraram até mais preocupados com possíveis implicações dessas tecnologias que outros países mais céticos.
“A principal semelhança nos países do BRICS, apesar de suas diferenças, é a natureza emergente de suas economias”, diz o relatório. “Isso pode encorajar uma mentalidade de crescimento em relação à tecnologia, uma vez que esta fornece um meio para acelerar o progresso econômico e a prosperidade”.