Ciência

Papiro aponta que egípcios já praticavam aborto há mais de 3 mil anos

O pergaminho é uma das mais antigas compilações de textos médicos já encontrada, e foi escrito em cerca de 1550 a.C.
Imagem: PEbers/Einsamer Schützederivative/Photohound

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Rosa Weber, votou, na última sexta-feira (22), pela descriminalização do aborto) até a 12ª semana de gestação. A decisão é importante, já que uma em cada sete brasileiras de 40 anos já interrompeu ao menos uma gestação.

O julgamento foi suspenso temporariamente por pedido do ministro Luís Roberto Barroso para análise presencial do plenário, ainda sem data. Mas, antes deste ano, em 2018, uma audiência pública já discutiu o tema no STF.

Ainda que seja um assunto atual na discussão dos direitos das mulheres em vários países ocidentais, o aborto é uma prática antiga, conhecida no Egito há mais de 3 mil anos. Segundo o website acadêmico The Conversation, o papiro egípcio Ebers é tido como uma das primeiras evidências escritas da interrupção voluntária da gravidez.

O pergaminho é uma das mais antigas compilações de textos médicos, datado de cerca de 1550 a.C. Ele contém fórmulas e remédios para curar dores e doenças, livrar a casa de pragas, bem como uma descrição precisa do sistema circulatório.

O documento foi adquirido pelo egiptólogo e romancista alemão George Maurice Ebers, em 1873, de acordo com a enciclopédia Britannica.

O que o papiro diz sobre o aborto?

O Ebers descreve a prática do aborto, dizendo que “a mulher esvazia o concebido no primeiro, segundo ou terceiro período”. Além disso, recomenda o uso de ervas, duchas vaginais e supositórios. Métodos semelhantes de indução ao aborto também foram registrados, mas não recomendados, pelo médico Hipócrates, por volta do século 4 a.C..

O The Conversation ainda aponta que práticas antigas registradas também poderiam servir para corrigir irregularidades menstruais, e não só interromper uma gravidez. Isso porque nem todos os registros sobre aborto mencionam diretamente o termo.

No entanto, receitas de “abortivos” estavam presentes em textos médicos como os da freira alemã Hildegard von Bingen, em 1150. As civilizações do Antigo Egito também usavam maconha para tratar doenças. Saiba mais no Giz Brasil.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas