Pegadas de dinossauros de 120 milhões de anos são encontradas no Rio Grande do Norte

Até agora, fósseis jamais foram achados no RN. Mas marcas no chão evidenciam a presença de dinossauros no estado há 120 milhões de anos
Reconstrução artística dos produtores de vestígios, mostrando o provável ambiente de vida dos animais — Foto: Divulgação/Arte/Guilherme Gehr

Pesquisadores da UFRN identificaram, pela primeira vez, pegadas de dinossauros na área que hoje corresponde ao Rio Grande do Norte. As descobertas, feitas em parceria com outras instituições, foram publicadas na revista científcia Anais da Academia Brasileira de Ciências.

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Os achados se referem a duas espécies diferentes: um saurópode, com cerca de 9 a 12 metros de altura, e um ornitópode, que tinha por volta de 8 metros de comprimento. 

Pegadas de dinossauros foram identificadas pela primeira vez no Rio Grande do Norte RN Foto: Divulgação/UFRN

De acordo com os cientistas, esses gigantes habitaram o estado há cerca de 120 milhões de anos, no período Cretáceo. Seus rastros foram encontrados na Fazenda dos Pingos, um icnosítio localizado na Formação Açu da Bacia Potiguar, próximos à cidade de Assu, a cerca de 200 quilômetros da capital, Natal.

Os dois animais eram herbívoros, ou seja, se alimentavam apenas de folhas. Enquanto os saurópodes eram pescoçudos, os ornitópodes tinham como características as patas que lembram as de aves hoje em dia. 

Ainda que fósseis de dinossauros já tenham sido descobertos na Bacia Potiguar, formação geológica que abrange também uma parte do Ceará, nenhum foi achado no RN até hoje. Apesar disso, as pegadas descritas pelos pesquisadores apontam que os gigantes do passado estiveram sobre o solo do estado.

Foto: UFRN

“Infelizmente, a qualidade de preservação (dos rastros) não é muito boa. No entanto, isso não diminui o fato de a pegada do titanossauro — saurópode — ser impressionante”, escreveram os pesquisadores. 

O texto é assinado pela professora Maria de Fátima C. F. dos Santos, do Museu Câmara Cascudo da UFRN; por Fernando Henrique S. Barbosa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e por Giuseppe Leonardi, do Instituto Cavanis (Veneza, Itália), uma das maiores referências mundiais na identificação de pegadas de dinossauros.

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Para os cientistas, o ambiente favoreceu. No artigo, eles disseram que a presença de superfícies rachadas de lama, bem como a presença de rugas microbianas podem indicar uma boa possibilidade de encontrar pegadas fósseis.

[G1]

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