Pesquisadores descobrem fóssil de camarão com 90 milhões de anos no Piauí

A nova espécie recebeu o nome "Somalis piauiensis". Trata-se do primeiro fóssil de camarão já encontrado no estado
Pesquisadores descobrem fóssil de camarão com 90 milhões de anos no Piauí
Imagem: Universidade Federal do Piauí/Divulgação

Pesquisadores da UFPI (Universidade Federal do Piauí) descobriram um fóssil de camarão com aproximadamente 90 milhões de anos que representa um gênero e uma espécie inéditos na literatura científica. É o primeiro camarão fóssil encontrado no Piauí.

Ele recebeu o nome Somalis piauiensis. “Somalis” foi uma homenagem dos pesquisadores à Maria Somália Sales Viana, professora da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), no Ceará, por sua contribuição aos estudos de geologia e paleontologia, principalmente no Nordeste.

O fóssil apareceu em escavações realizadas em 2018, no município de Caldeirão Grande do Piauí, a 435 km da capital Teresina. Trata-se da porção oeste da Bacia do Araripe, um dos lugares mais importantes para a paleontologia no mundo, que inclui porções dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.

Fóssil de camarão encontrado em viagem com alunos

A Bacia do Araripe tem depósitos sedimentares, como a Formação Crato, do início do período Cretáceo — de 145 a 66 milhões de anos atrás. É o depósito de fósseis mais rico e diverso do Brasil, com espécimes tão bem preservados que às vezes incluem tecidos moles, menos resistentes ao tempo.

É neste local que se encontrou o dinossauro Ubirajara jubatus, de 110 milhões de anos, que protagonizou uma polêmica entre paleontólogos brasileiros e alemães.

“Essa descoberta amplia a diversidade fossilífera da Bacia do Araripe como um todo”, explica o professor Paulo Victor de Oliveira, da UFPI de Picos, em comunicado. Ele trabalha na borda oeste da bacia há 10 anos. Eventualmente, leva turmas de alunos até o local. Posteriormente, em uma destas viagens de campo à procura de fósseis que se encontrou o Somalis piauiensis.

Dessa forma, a descoberta de Oliveira e Olga Alcântara Barros, professora da URCA (Universidade Regional do Cariri), foi apresentada na última quinta (4), no Auditório do Geopark Araripe, localizado na cidade de Crato/CE, e publicada no periódico internacional Zootaxa. Por fim, o fóssil está tombado no Laboratório de Paleontologia de Picos, da UFPI.

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