Pesquisadores descobrem novo predador oceânico no Atacama

O anfípode é o primeiro predador dessa espécie que vive em um dos habitats mais profundos do planeta, segundo os cientistas.
Pesquisadores descobrem novo predador nas profundezas da Fossa do Atacama
Imagem: Johanna Weston/Divulgação

Recentemente, pesquisadores realizaram uma impressionante descoberta de um novo predador no fundo da Fossa do Atacama, uma das regiões oceânicas mais profundas da Terra.

banner

[produto_amazon1]

A 7.902 mil metros no fundo do mar, os pesquisadores identificaram uma nova espécie de predador da ordem dos anfípodes. Em um estudo publicado no final de novembro, os cientistas batizaram a nova espécie de Dulcibella camanchaca.

Cientistas norte-americanos e chilenos encontraram a espécie pela primeira vez durante a expedição IDOOS (Sistema Integrado de Observação do Oceano Profundo). Assim como a maioria dos anfípodes, o novo predador descoberto no Atacama tem características de crustáceos, similar a um camarão, mas com apenas quatro centímetros de comprimento.

Com esse tamanho, a nova espécie é considerada gigante em relação aos outros anfípodes. Além disso, o novo predador das profundezas do Atacama possui garras para caçar pequenas presas que habitarem as mesmas profundezas do oceano.

Predador oceânico do Atacama é uma nova espécie de um novo gênero

No estudo, os pesquisadores ressaltam que a descoberta do anfípode do Atacama é particularmente importante porque representa o primeiro predador dessa espécie que vive em um dos habitats mais profundos do planeta.

A Fossa do Atacama é uma fenda no leste do Oceano Pacífico entre o Peru e o Chile, sendo uma das fossas oceânicas mais profundas do mundo, com 8.065 metros de profundidade.

Em regiões tão profundas assim, a pressão marítima é intensa e o ambiente é caracterizado pela escuridão profunda, tornando únicas as espécies que habitam a região em termos de adaptação e diversidade. 

Esse é o caso do Dulcibella camanchaca. Conforme análises genéticas, o predador não é apenas uma nova espécie, mas também pertence a um gênero anteriormente desconhecido, destacando a diversidade do Atacama.

E sobre o nome Dulcibella camanchaca, os pesquisadores decidiram homenagear a cultura andina e a literatura. Na língua aimará — um povo da era pré-colombiana –, “camanchaca” significa “escuridão”, simbolizando a região do oceano onde o predador vive.

Por outro lado, “Dulcibella” é uma homenagem à Dulcineia de Toboso, a musa imaginária de Dom Quixote no livro de mesmo nome.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas