Pessoas que nasceram prematuras podem ter mais dificuldades em relacionamentos românticos quando adultas, diz estudo

Bebês nascidos prematuramente podem ter uma desvantagem inesperada no momento em que atingem a idade adulta, de acordo com uma nova pesquisa divulgada na sexta-feira. Isso sugere que eles terão menos probabilidade de ter um relacionamento romântico ou fazer sexo, além de terem menos probabilidade de ter filhos do que pessoas que nasceram a termo. […]

Bebês nascidos prematuramente podem ter uma desvantagem inesperada no momento em que atingem a idade adulta, de acordo com uma nova pesquisa divulgada na sexta-feira. Isso sugere que eles terão menos probabilidade de ter um relacionamento romântico ou fazer sexo, além de terem menos probabilidade de ter filhos do que pessoas que nasceram a termo.

É bem conhecido que o nascimento prematuro pode aumentar o risco de problemas de saúde de uma pessoa, assim como o baixo peso ao nascer (as duas condições geralmente coincidem). Estes problemas de saúde incluem dificuldades de aprendizagem e físicas, bem como distúrbios de saúde mental, como depressão clínica. Outras pesquisas sugerem que essas pessoas tendem a ser mais tímidas ou introvertidas.

Lidar com essas condições logicamente tornaria mais difícil para algumas pessoas funcionarem socialmente à medida que se tornam adultas, mas, de acordo com os autores por trás deste estudo, há pouca pesquisa olhando especificamente para esse tópico.

Assim, para a pesquisa publicada no JAMA Network Open, os autores analisaram e combinaram os resultados de 21 estudos de longa duração ou populacionais em adultos cujo estado de nascimento e história sexual ou de relacionamentos foram registrados. Esses estudos incluíram coletivamente cerca de 4,5 milhões de adultos de diferentes idades de 12 países. Embora a maioria dos estudos incluídos tenha perguntado apenas sobre os relacionamentos amorosos da pessoa ou se eram pais, alguns também perguntaram sobre seus círculos sociais gerais.

Em média, as pessoas nascidas antes de 36 semanas eram menos propensas a relatar que tiveram um relacionamento romântico ou relações sexuais. Também era menos provável que elas declarassem ser pais ou mães do que as pessoas que nasceram a termo (como são chamados os que nascem entre 37 e 42 semanas de gestação). Os resultados do estudo são preocupantes por razões óbvias, disseram os autores.

“A falta de atividade sexual e a falta de apoio de parceiros românticos estão associadas a níveis mais baixos de felicidade e pior saúde física e mental”, escreveram eles.

O estudo também parece afetar uma teoria comum sobre o bem-estar social de pessoas nascidas prematuramente. Alguns argumentam que demoram mais para atingir certos marcos, como conseguir um emprego, ter relacionamentos românticos ou se tornar pais, do que a população em geral. Mas, enquanto, as pessoas em ambos os grupos eram mais propensas a encontrar o amor e o sexo à medida que envelheciam, as lacunas entre eles ainda eram aparentes.

Por exemplo: enquanto 98% das pessoas nascidas a termo com mais de 26 anos relataram ter feito sexo pelo menos uma vez, em média, em todos os estudos relevantes, apenas 78% das que nasceram prematuramente com mais de 26 anos disseram o mesmo.

“No geral, em vez de um atraso, nossos resultados sugerem dificuldades persistentes em fazer essas transições sociais que foram associadas a resultados negativos mais tarde na vida, como menor renda, isolamento social e pior saúde física e mental”, disseram os autores.

Houve também disparidades entre grupos de pessoas nascidas prematuramente. Aqueles que nasceram antes de 28 semanas tiveram tipicamente mais dificuldades sociais do que os nascidos entre 28-31 semanas ou os nascidos entre 32-36 semanas. Mas essas diferenças entre pessoas nascidas prematuramente ou a termo provavelmente não são devidas a taxas mais altas de incapacidade, especularam os autores.

“Em vez disso, crianças nascidas prematuras têm interações sociais mais pobres na infância, o que dificulta o domínio de transições sociais, como encontrar um parceiro, o que, por sua vez, comprovadamente aumenta o seu bem-estar”, disse Marina Goulart de Mendonça, psicóloga da Universidade de Warwick e autora principal do estudo, em um comunicado da universidade.

Encontrar as melhores maneiras de garantir que as pessoas nascidas prematuramente não sejam deixadas para trás em aspectos sociais é crucial especialmente no início da vida, segundo os autores. Mas há motivos para ser otimista nos resultados do estudo. Quando as pessoas nascidas prematuramente tinham romances e amizades, seus relacionamentos pareciam ser tão positivos e satisfatórios quanto os de qualquer outra pessoa.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas