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Pinterest é investigado por discriminar funcionários

Denúncias sobre discriminação de gênero e racismo no Pinterest voltam à tona em investigação oficial; ex-funcionárias já relataram abusos

Pinterest é investigado por discriminar funcionários

Imagem: Charles Deluvio/Unsplash/Reprodução

O Departamento de Direitos Civis da Califórnia iniciou uma investigação contra o Pinterest. O motivo: funcionários acusaram o agregador por racismo e discriminação de gênero. As informações são da Bloomberg, que teve acesso a e-mails enviados para ex-colaboradoras da companhia. 

A ex-funcionária Ifeoma Ozoma foi chamada para testemunhar sobre as denúncias. Em 2020, ela e a colega Aerica Shimizu Banks, ambas mulheres negras, processaram o Pinterest por discriminação racial. Segundo Ozoma, as duas ocupavam cargos de liderança na empresa, mas recebiam menos que colegas homens brancos.

À época, Banks disse que presenciou comentários depreciativos sobre sua etnia do próprio gerente na frente da equipe. “Meu ano de trabalho no Pinterest marcou um período de pagamento flagrantemente injusto, discriminação intensa e retaliação aterrorizante”, escreveu no Twitter. 

Aparentemente, o assédio dentro da empresa continua. “A CCRD [comissão da Califórnia] está conduzindo uma investigação no Pinterest e você foi identificado como uma potencial testemunha”, afirma o e-mail enviado às ex-funcionárias. 

Questão recorrente

Antes de Ozoma e Banks, o Pinterest pagou US$ 22,5 milhões à ex-COO, Françoise Brougher, após perder um processo por discriminação de gênero. No artigo do Medium “O Paradoxo do Pinterest: Cupcakes e Toxicidade”, Brougher relata o assédio e silenciamento que viveu mesmo sendo uma executiva da companhia. 

“O Pinterest sempre foi sobre aspiração. É uma plataforma de compartilhamento de belas imagens, curadoria de galerias de um mundo idealizado”, começa o texto. “Na realidade, o local de trabalho do Pinterest está longe de ser perfeito”, escreveu Brougher.

Segundo ela, mesmo que a maioria das funcionárias sejam mulheres, a chefia é composta exclusivamente por homens. “Segundo o Pinterest, fui demitida não pelos resultados que obtive, mas por não ser “colaborativa”. Acredito que foi por falar sobre a discriminação desenfreada, ambiente de trabalho hostil e misoginia que permeia a rede”, pontuou a ex-COO.

A repercussão negativa forçou a companhia a contratar uma nova chefe global de diversidade e inclusão: Tyi McCray. Ela assumiu o cargo em agosto de 2020, mas saiu menos de um ano depois. 

Questionado pelo site Protocol, o Pinterest confirmou a existência da investigação. “O Departamento de Direitos Civis da Califórnia está conduzindo investigações em várias empresas e o Pinterest é uma delas”, escreveu a diretora de comunicações LeMia Jenkins Thompson. “Nossas discussões estão em andamento e continuamos comprometidos a revisar e evoluir nossas práticas para melhor apoiar nossos funcionários”. 

Além do Pinterest, a Tesla também está na mira da investigação futura. O departamento verifica supostos casos de discriminação racial. Na terça (23), o Escritório de Direito Administrativo da Califórnia negou que a empresa de Elon Musk fizesse sua própria petição para revisar a investigação do Departamento. 

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