Google Play Música recebe modo família no Brasil: até 6 pessoas por R$ 22,90/mês
Compartilhar a conta da Netflix é super comum. Agora, dividir a conta de serviço de streaming de música é um pouco mais complicado. O Google quer mudar essa regra com o novo pacote família do Google Play Música, que passa a vigorar nesta terça-feira (16).
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Ele permite compartilhar a assinatura da plataforma entre até seis usuários (sendo um administrador + 5 pessoas) por R$ 22,90 mensais. Ou seja, você pode dividir sua conta com uma, duas, até cinco pessoas e pagar apenas esse valor fixo mensal. Elas podem ouvir música simultaneamente, seja no Android, iOS ou na web.
A nova tacada do Google chama a atenção pelo preço agressivo. O valor da assinatura individual do Play Música segue o da maioria dos concorrentes (R$ 14,90), porém há grande discrepância no plano familiar — que, tradicionalmente, é mais caro.
O Apple Music conta com um plano familiar semelhante ao do Google Play Música (inclusive com os mesmos seis usuários), porém custa US$ 7,99/mês, o que dá cerca de R$ 32 (considerando a cotação do dólar a R$ 4). O Tidal, no modo premium, permite ter um plano familiar para quatro pessoas por US$ 11,95/mês (cerca de R$ 48).
Enquanto isso, o Spotify cobra R$ 22,35 para duas pessoas dividirem a conta. Quanto mais pessoas, mais caro é o plano, chegando a R$ 44,90 para disponibilizar acesso a cinco pessoas (sendo um administrador) — bem mais caro que o Google. (Vale notar que um porta-voz do Spotify disse ao The Verge no ano passado: “esperamos oferecer preços competitivos para planos família no futuro próximo”.)
O Google aposta na popularidade de sua plataforma no Brasil para crescer no número de assinantes. “O Android tem uma posição privilegiada, pois o sistema está presente em 90% dos smartphones brasileiros, e em todos eles o aplicativo Play Música vem instalado”, disse Ady Harley, diretor de parcerias do Google Play Música, em conversa com o Gizmodo Brasil.
Além disso, a estratégia da empresa de oferecer planos familiares tem relação com uma pesquisa feita pela companhia, entre os dias 26 e 27 de janeiro deste ano. Segundo o Google, 77,5% dos entrevistados acreditam que dividir a assinatura de R$ 22,90 com até seis pessoas é um grande benefício.
Apesar de ser conta família, os logins são separados e contam com os mesmos recursos de assinantes individuais, como ouvir músicas offline e armazenar 50 mil músicas de sua coleção pessoal. Cada um dos membros deve ter uma conta do Google e, segundo a empresa, cada um receberá sugestões baseadas em buscas no YouTube ou no serviço de pesquisa da companhia. Ou seja, se você inventar de buscar sobre o Wesley Safadão no Google, fatalmente poderá se deparar com playlists ou músicas relacionadas ao cantor.
A adesão ao plano família pode ser feita no próprio aplicativo do Google Play Música. O administrador (e consequentemente, a pessoa que for inserir dados do cartão de crédito) deve ir ao menu Configurações > Upgrade para o plano familiar e enviar o convite para os outros membros. O app para Android começará a ser atualizado a partir das 13h; o processo de atualização deve ir até o final do dia.
O grande porém do sistema do Google é que, após formar o grupo, essas pessoas poderão fazer compras na Play Store (como filmes ou aplicativos) sem sua aprovação. Na hora da compra, informa o Google, o usuário poderá escolher a forma de pagamento e entre elas está a de faturar no cartão do administrador do grupo. Por isso, a companhia recomenda que os administradores apenas convidem pessoas de confiança. É possível reaver determinadas compras e operações dentro de apps (in-app purchases), mas isso pode se tornar uma dor de cabeça se os membros do grupo forem malandros.
O Google Play Música anunciou o plano família inicialmente em setembro, e usuários nos EUA têm uma vantagem extra: eles ganham uma assinatura do YouTube Red, que retira anúncios dos vídeos e oferece acesso offline.
Foto por Jeff Chiu/AP; imagem por Google. Atualizado às 10h14.