Ciência

Ponteiro do Relógio do Juízo Final marca 90 segundos para o fim do mundo

Quanto mais perto o ponteiro está da meia-noite, mais perto a população está de inviabilizar a vida na Terra
Imagem: Kenny Eliason/ Unsplash/ Reprodução

O “Relógio do Juízo Final” é uma criação da ONG Boletim dos Cientistas Atômicos para chamar a atenção da humanidade para a catástrofe climática. Serve como um alerta: caso o ponteiro do relógio chegue à meia noite, a vida humana na Terra seria inviabilizada. E, agora, temos ainda menos tempo para reverter esse cenário.

Isso porque os acontecimentos ambientais de 2023 fizeram com que o ponteiro do Relógio do Juízo Final fosse atualizado — e batesse o recorde de pior marca já alcançada. Agora, ele marca que faltam apenas 90 segundos para a meia noite.  

O medidor foi criado em meados de 1945, com participação de cientistas como Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer.

Desde então, o relógio considera acontecimentos no mundo como uma forma de compreender se a população está se aproximando de um ponto em que será dizimada. Para você ter uma ideia, o Relógio do Juízo Final estava 17 minutos da meia-noite no fim da Guerra Fria.

Apenas algumas décadas depois, o cenário já é outro. No último ano, a saída de Putin do acordo de controle de armas nucleares, a continuação na guerra da Ucrânia e o início do conflito entre Israel e Hamas influenciaram o ponteiro.

Histórico preocupante

Nos últimos anos, o ponteiro já estava marcando seu recorde negativo até então. Em 2020 e 2021, por exemplo, acontecimentos como a pandemia de Covid-19 e as ameaças de guerra na Europa foram os responsáveis por esse marco.

De acordo com os cientistas envolvidos, o negacionismo climático também exerceu um papel importante para o ponteiro do relógio girar ao seu menor índice. 

Então, em 2023, o cenário piorou. Após o início da Guerra da Ucrânia, em 2022, e o lançamento de armas nucleares pela Rússia, o Relógio do Juízo Final bateu um novo recorde. Com isso, os ponteiros haviam mexido para o menor índice da série histórica.

E o futuro?

Por enquanto, especialistas da ONG Boletim dos Cientistas Atômicos veem o cenário futuro como preocupante. Para eles, temas mais recentes, como os problemas de desinformação que o avanço da Inteligência Artificial impõem são um ponto que pode afetar o relógio.

Além disso, eles também enxergam com ressalvas a temática de biossegurança. Isso porque há programas ativos de armas biológicas em países como Coreia do Norte e Irã. 

No entanto, eles também pontuam que há boas notícias. Por exemplo, como as fontes renováveis dominaram os novos investimentos em energia.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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