Fazer a foto ideal para o LinkedIn deixou de ser uma frivolidade para se tornar um negócio rentável. Nos EUA, fotógrafos renomados chegam a cobrar mais de US$ 1 mil – o equivalente a R$ 5,1 mil no câmbio atual – por retratos corporativos, como mostrou a reportagem do Wall Street Journal.
No Brasil ainda não chegamos a tanto, mas os preços de fotografias profissionais, dependendo do pacote, podem chegar a R$ 500 – um investimento e tanto em tempos inflacionados.
Não é por acaso: a foto do LinkedIn é a primeira impressão para um mundo de transformações no mercado de trabalho. E, claro, ajudam a impulsionar o perfil na busca pelas melhores vagas.
Segundo o LinkedIn, os perfis com fotos mais próximas do rosto têm 21 vezes mais visualizações que aquelas com o rosto mais distante. Além disso, os usuários recebem nove vezes mais solicitações de conexões quando colocam fotos suas na rede.
Nos EUA, a tendência de fotos que fogem ao estilo convencional – braços cruzados e postura séria –, mas não deixam de parecer profissionais, já ganharam uma fatia do mercado.
Fotógrafos oferecem workshops de treinamento de expressão facial para outros profissionais e clientes. Peter Hurley disse ao WSJ que chega a cobrar US$ 1,5 mil por uma sessão de retratos. Cada imagem que seus clientes levam para casa custa US$ 300. São mais de R$ 1,5 mil na conversão para o real por uma única foto.
Retratos são a nova moeda
Procura não falta – especialmente depois da pandemia, quando surgiram vagas por trabalho remoto. “Tenho um currículo muito bom”, disse Eugina Jordan, de 52 anos, mas também concorda que o retrato é a primeira impressão.
Eugina procurou uma fotógrafa que capturasse seu espírito de experiência e energia quando ficou desempregada, em junho. Ela diz que sua foto a ajudou a conseguir outro trabalho – ainda melhor que o anterior. Alissa Randal, a fotógrafa por trás disso, cobrou US$ 1 mil pela sessão, incluindo cabelo e maquiagem.
“O LinkedIn é importante porque é a moda da credibilidade para se estabelecer como profissional hoje”, disse o coach de carreira Jay Mandel ao site Insider. Ele conta que aconselha seus clientes a serem ativos no LinkedIn não só quando estão à procura de emprego.
Apesar do LinkedIn render piadas pela seriedade de alguns posts – como mostramos na reportagem sobre o Viral Post Generation –, seu poder para atrair conexões profissionais é inegável. E uma boa foto de perfil faz parte disso, especialmente em um momento onde o trabalho híbrido ou remoto ganha mais espaço.
“Estaremos para sempre neste mundo híbrido e há um mundo de pessoas com quem trabalho e com quem me comunico”, explicou Alexander Hails, desenvolvedor de software que decidiu mudar sua foto de LinkedIn depois de dez anos. Ele alega não saber quando terá a chance de conhecer as pessoas pessoalmente. Por isso, o sorriso ou postura que mantemos naquele avatar importa – e o mercado já está atento a isso.