Por que a Rússia perdoou o WhatsApp?

Na última segunda-feira (21) a justiça russa classificou a Meta como organização extremista, mas poupou o serviço de mensagens
Whatsapp
Imagem: Unsplash/Reprodução

Na última semana, a procuradoria russa fez um pedido formal à justiça do país para que a Meta Platforms fosse incluída em uma lista de organizações extremistas. O pedido foi aceito e, agora, a Meta é equiparada a organizações como Talebã e Estado Islâmico.

A solicitação foi realizada após Facebook e Instagram alterarem as políticas de moderação de discurso de ódio e permitir manifestações violentas contra autoridades russas e bielorrussas em sua plataforma. Ambas as redes sociais estão banidas da Rússia, mas curiosamente o Whatsapp, também da Meta, não foi atingido pelas decisões. Por que isso aconteceu?

A decisão judicial cita explicitamente o Whatsapp e explica o motivo de ele não sofrer as mesmas penalidades de Facebook e Instagram: “A decisão não se aplica às atividades do aplicativo de mensagens WhatsApp, da Meta, devido à sua falta de funcionalidade para a divulgação pública de informações”.

O Whatsapp não foi poupado por acaso. O governo russo aparentemente quer evitar tirar um serviço tão aderido pela população, para evitar insurgências contra a saída de empresas ocidentais do país e manter uma narrativa favorável sobre a guerra. Embora o app não seja o principal veículo disseminador de informações, foram registrados cerca de 84 milhões de usuários russos ativos em janeiro.

A incerteza sobre o Whatsapp levou os cidadãos russos a se anteciparem Antes de qualquer decisão da justiça local, houve uma aumento significativo nos downloads do aplicativo Telegram –aquele mesmo que foi centro de uma polêmica no Brasil envolvendo o STF. Atualmente, o Telegram ultrapassou o Whatsapp e ocupa a posição de aplicativo mais popular da Rússia.

Mesmo com o banimento das redes na Rússia, os cidadãos que de alguma forma conseguirem acessar os serviços não serão associados a organizações extremistas. A informação foi confirmada por um membro da procuradoria do país. Muitos cidadãos russo recorreram a serviços de VPN para continuar acessando as plataformas banidas do país. Até o momento, não sofreram qualquer sanção por isso.

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Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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