Primeiros casos de Deltacron: o que você precisa saber dessa variante
Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a existência de uma nova variante do coronavírus. A nova cepa foi chamada de deltacron, pois mistura genes das variantes delta e ômicron.
O surgimento dos vírus recombinantes ocorre quando duas variantes distintas infectam uma mesma célula. Dessa forma, durante a replicação do vírus, acabam mesclando suas características genéticas e criando esse híbrido.
A variante foi sequenciada pelo Instituto Pasteur, da França, que colocou as informações no banco de dados internacional Gisaid. A deltacron está circulando em várias regiões da França e também já foi identificada na Dinamarca, Países Baixos , Reino Unido e EUA.
Por enquanto, a OMS ainda não classificou a deltacron como Variante de Preocupação (VOC, sigla em inglês) ou Variante de Interesse (VOI). Mais dados são necessários para entender seu comportamento e riscos.
De toda forma, ainda é cedo para se preocupar. Etienne Simon-Loriere, virologista do Institut Pasteur em Paris, disse ao The New York Times que o gene que codifica a proteína de superfície do vírus – o famoso spike – vem quase inteiramente da ômicron, enquanto o resto do genoma é Delta.
Sendo assim, as defesas adquiridas pelas pessoas para a variante ômicron, seja por meio de infecção, vacinas ou ambos, parece ser suficiente para barrar a nova variante.
Jeffrey Barrett, ex-diretor da Iniciativa de genômica Covid-19 no Wellcome Trust Sanger Institut, disse ao The Guardian que este não é o primeiro vírus recombinante que surge durante a pandemia de Covid-19 — e provavelmente não será o último.
“Isso acontece sempre que estamos no período de transição de uma variante dominante para outra e geralmente é uma curiosidade científica, mas não muito mais do que isso”, explicou o cientista.