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Processo contra comercial que recriou Elis Regina usando IA é arquivado

Embora tenha arquivado processo, Conar irá considerar novas medidas em futuros casos que envolvam o uso de IA em comerciais

Processo contra comercial que recriou Elis Regina usando IA é arquivado

Imagem: YouTube/Reprodução

O Conar, entidade não-governamental responsável por regular campanhas publicitárias, arquivou o processo contra o polêmico comercial que recriou a cantora Elis Regina usando IA (Inteligência Artificial). O Conar divulgou a decisão em seu site oficial na última terça-feira (22).

A peça publicitária “VW Brasil 70: o Novo Veio de Novo” foi feita pela agência AlmapBBDO para a Volkswagen e ficou famosa por recriar a imagem da cantora, falecida no ano de 1982. Reveja abaixo:

O processo contra o comercial foi analisado pelo Comitê de Ética do Conar por duas razões: a primeira questionava se uso da tecnologia para recriar a cantora Elis Regina — 41 anos após seu falecimento — “foi respeitoso e ético” ; a segunda dizia respeito à ausência de informações no comercial sobre o uso de IA.

Durante uma sessão virtual, 21 membros da 7ª Câmara da entidade participaram do julgamento. Tanto a Volkswagen quanto a AlmapBBDO também tiveram a oportunidade de se manifestar.

De acordo com o comunicado do Conar, “o colegiado considerou, por unanimidade, improcedente o questionamento de desrespeito à figura da artista”.

Herdeiros permitiram que o comercial usasse IA

O Conar entendeu que o uso da imagem de Elis Regina teve autorização dos herdeiros da cantora. Além disso, “Elis aparece no comercial fazendo algo que fazia em vida”. Vale lembrar que Maria Rita, filha da cantora, também aparece na peça publicitária.

Elis Regina e Tom Jobim em cena do documentário “Elis&Tom – Só Tinha Que Ser Com Você”, de Roberto de Oliveira. Imagem: Divulgação/Festival In-Edit

Sobre o uso de IA para recriar Elis Regina no comercial, os membros do conselho do Conar consideraram as recomendações atuais sobre boas práticas na área, bem como a falta de uma norma específica atual.

Assim, conforme a nota, o Conar decidiu, por uma votação de 13 a 7 pelo arquivamento do processo. O órgão reforçou a importância da transparência como princípio ético e concluiu que o uso de IA estava “evidente” no comercial.

No entanto, embora tenha arquivado o processo, o Conar afirmou irá considerar novas medidas em futuros casos que envolvam IA em comerciais. Isso porque, na era da IA generativa, a música e a publicidade encaram novos desafios devido ao avanço da tecnologia, pois ainda não é uma regulação estabelecida.

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