Essas adoráveis espécies de arminhos estavam escondidas até agora

Pelo que se sabe, existem 34 subespécies diferentes de arminhos (ou doninhas-de-cauda-curta) com peculiares características.
Um arminho com seu pelo branco de inverno. Imagem: Serviço Florestal Região Norte

O membro mais fofo da família das doninhas, os arminhos, podem ser encontrados em todas as regiões do norte da América do Norte e da Eurásia. Um olhar mais atento sobre estes bichinhos sugere que eles representam três espécies distintas, em uma descoberta com implicações ecológicas.

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Embora os arminhos pareçam fofos, seus corpos têm um impacto poderoso. Mesmo medindo algo em torno de 17 a 33 cm de comprimento, eles são caçadores formidáveis, atacando musaranhos, camundongos, ratos, esquilos e até mesmo coelhos. Aliás, os arminhos, também conhecidos como doninhas-de-cauda-curta, não são comedores exigentes e são frequentemente encontrados mastigando insetos, vermes e frutas silvestres.

Eles têm rosto pequeno, pernas curtas, orelhas ovais e cauda peluda. Sua pelagem é normalmente marrom, mas torna-se um branco brilhante durante o inverno, exceto pelas pontas de suas caudas, que permanecem pretas (as populações do sul não ficam brancas no inverno). Nativos da América do Norte e da Eurásia, esses mamíferos adaptáveis se sentem confortáveis em uma variedade de habitats, incluindo florestas, pântanos, prados e pastagens abertas.

Seu nome científico é Mustela erminea, mas conforme argumenta uma nova pesquisa publicada no Diversity and Distributions, existem três espécies de arminhos, e não apenas um, como era de conhecimento comum. Que seja esse o caso, não é uma grande surpresa, visto que existem 34 subespécies diferentes de arminhos. Além do mais, alguns deles ficaram presos em ilhas por centenas de milhares de anos, resultando no surgimento de características distintas e, como resultado, populações diversas.

Um arminho, também conhecido como doninhas-de-cauda-curta. Imagem: US Fish and Wildlife Service

“Até este estudo, havia apenas uma espécie reconhecida de arminho – Mustela erminea – distribuída por todo o Holártico”, explicou Jocelyn Colella, bióloga evolucionista da Universidade de Kansas e primeira autora do novo estudo. Por “holártico”, Colella está se referindo às regiões setentrionais da América do Norte Neártica e da Eurásia Paleártica.

Para o estudo, Colella e seus colegas analisaram sequências de genoma inteiras de arminhos descritas em um artigo anterior (o DNA foi analisado a partir de espécimes encontrados na América do Norte, Europa e Ásia), seguido por uma análise física de crânios pertencentes a 27 subespécies.

Um crânio de arminho analisado no estudo. Imagem: Jocelyn Colella

A análise desses dados apontou para a presença de três espécies distintas, com o complexo Mustela erminea sendo dividido em três espécies: Mustela erminea da Eurásia (que inclui 18 subespécies), Mustela richardsonii encontrada na América do Norte continental (com 13 subespécies), e Mustela haidarum do arquipélago Haida Gwaii da Colúmbia Britânica e da Ilha do Príncipe de Gales no sudeste do Alasca (três subespécies). Das 34 subespécies, 12 ainda requerem estudos adicionais, de acordo com o jornal.

Das três espécies recém-descritas, a M. haidarum é provavelmente a mais fascinante. Esses arminhos “parecem ser o resultado de um antigo evento de hibridização entre as duas [novas] espécies, seguido por um isolamento prolongado em um refúgio glacial e agora em uma ilha”, disse Colella. Esta população ficou presa em suas respectivas ilhas por volta de 375.000 anos atrás, e eles estão em suas próprias jornadas evolutivas desde então, de acordo com a pesquisa.

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Os autores acreditam que suas novas descobertas devem informar estratégias de gestão de conservação sensatas para proteger as espécies da ilha de ameaças como colheitas de madeiras antigas, mineração e turismo. Doenças comuns a animais de estimação também podem se espalhar para arminhos, e “os relatórios devastadores da recente transmissão de SARS-CoV-2 de humanos para [doninhas] são mais um desafio potencial de conservação”, escrevem os autores. Inclusive, ocorreram massivos abates a visons cultivados no ano passado, à medida que aumentavam os temores de que o coronavírus estava sofrendo mutação neles e se espalhando de volta para os humanos.

A nova pesquisa sugere que mais espécies únicas pertencentes a outros grupos de animais ainda estão esperando para serem encontradas, particularmente em ilhas isoladas. Nós apenas temos que encontrá-los.

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