Produtora processa Warner Bros. por lançar “Matrix Resurrections” na HBO Max

A produtora e distribuidora Village Roadshow, parceira da Warner Bros., entrou com um processo contra o estúdio por quebra de contrato. Motivo: ter lançado “Matrix Resurrections” simultaneamente nos cinemas e na HBO Max nos Estados Unidos. 

• “Matrix Resurrections” já está disponível no catálogo da HBO Max
• 5 toques importantes antes de ver a estreia de “Matrix Resurrections”
• Keanu Reeves saltou 20 vezes de prédio de 46 andares para gravar Matrix Resurrections

Para quem não se lembra, no começo de 2021 a Warner anunciou que todos os seus grandes lançamentos seriam disponibilizados ao mesmo tempo nos cinemas e no HBO Max, sem custo adicional, mas apenas nos EUA. A ação foi uma tentativa de elevar o faturamento com sua base de assinantes pelos efeitos da pandemia da Covid-19 no mundo.

Entre os longas que seguiram essa dinâmica, está “Matrix Resurrections”, o quarto capítulo da franquia dirigido por Lana Wachowski. Após o lançamento, a Village Roadshow Entertainment Group, produtora responsável pelo filme, decidiu processar o estúdio por conta dessa decisão. 

A Village, que produziu todos os quatro filmes de Matrix até o momento, alega que a Warner impediu o lançamento em 2022, que seria exclusivo dos cinemas. A informação é do The Hollywood Reporter. 

Segundo os co-produtores, a data planejada foi alterada e o filme chegou na HBO Max enquanto ainda estava nos cinemas. Ainda de acordo com a ação, a estratégia de estreia prejudicou as bilheterias da produção com Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss.

“O único propósito da Warner Bros em mudar a data de lançamento de Matrix Resurrections era criar, desesperadamente, uma onda de assinaturas para a HBO Max no fim do ano, sabiam que seria um blockbuster. Além disso, sabiam como isso iria acabar com os ganhos de bilheteria e privar a Village Roadshow de qualquer aumento nos lucros, especialmente quando comparado ao lançamento exclusivo nos cinemas em 2022”, afirma a ação registrada no Tribunal Superior de Los Angeles.

“Matrix Resurrections” tinha lançamento previsto para 2022, mas foi adiantado para dezembro de 2021. O longa arrecadou cerca de US$ 37 milhões nas salas de cinema dos EUA e aproximadamente US$ 150 milhões nas bilheterias ao redor do mundo.

Para efeitos de comparação, o longa “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa” (2021), que é outra sequência de franquia aclamada assim como Matrix, chegou a US$ 750 milhões de bilheteria somente nos Estados Unidos. Com isso, a produtora acredita que a estratégia não convencional de lançamento é culpada pelo baixo desempenho do longa nos cinemas.

No documento submetido à Corte Superior de Los Angeles, a produtora destaca que a relação entre as duas partes existe há mais de 25 anos, sendo que até hoje foram investidos cerca de US$ 4,5 bilhões para a produção de quase 100 filmes.

A decisão de lançamento dos filmes no HBO Max também gerou reações negativas de atores e parceiros da Warner Bros. O cineasta de “Duna”, Denis Villeneuve, e o diretor de “Tenet”, Christopher Nolan, criticaram o plano e até afirmaram que o HBO Max operava o “pior serviço de streaming”.

Vale lembrar que, no Brasil, o HBO Max não realiza a prática dos lançamentos híbridos. Em vez disso, os filmes que são lançados no cinema chegam ao serviço após 45 dias de sua estreia. Nos Estados Unidos, o lançamento através do streaming acontece a partir da assinatura premium, que é mais cara e permite aos usuários acesso a lançamentos aguardados sem custo adicional.

Segundo a Variety, a Warner Bros. disse em comunicado que abriu um processo de arbitragem contra a produtora. “Esta é uma tentativa frívola da Village Roadshow de evitar seu compromisso contratual de participar da arbitragem que iniciamos contra eles na semana passada”, disse o estúdio. “Não temos dúvidas de que este caso será resolvido a nosso favor”.