Promessa de “ovos afrodisíacos” ameaça espécie de tartaruga no Panamá
As tartarugas-olivas (Lepidochelys olivacea) são listadas como “espécie vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O número de animais está diminuindo devido às mudanças climáticas e também pela ameaça de predadores.
Porém, a humanidade também tem sua parcela de culpa. Os ovos encontrados em Punta Chame, no Panamá, afinal, estão sendo retirados ilegalmente por vendedores ambulantes, que oferecem o produto de porta em porta na cidade.
Os ovos são vendidos por valores que variam entre US$ 0,75 e US$ 1. Os homens, principalmente, acreditam que os ovos de tartaruga são afrodisíacos e que, ao comê-los, terão maior prazer sexual. Cientificamente falando, a informação não procede.
A Fundação Tortuguias, ONG que atua no país desde 2010, tem trabalhado para salvar as tartarugas-olivas. Os membros da organização retiram os ovos da praia e os conservam na sede do projeto.
Assim, os ovos podem eclodir em um local seguro. Quando isso ocorre, entre os meses de julho e fevereiro, os voluntários levam as tartarugas de volta para a praia, soltando-as perto da água. Ali, elas seguem seu caminho até o mar.
Como destacou o site Science Alert, os ativistas não interferem nos ciclos biológicos da espécie. Eles espantam, por exemplo, os cães que tentam roubar os ovos, mas não as águias, que são predadores naturais e já fazem parte dessa cadeia alimentar.
Os voluntários também não colocam as tartarugas direto no oceano. Os filhotes precisam encontrar o caminho sozinho para, depois de 20 anos, retornar à praia em que nasceram e colocar seus próprios ovos.