Ciência

Qual a eficácia da Qdenga, a vacina contra dengue

Primeiras doses de Qdenga chegam ao Brasil e Ministério da Saúde anunciou como será a distribuição das doses da vacina pelo país
Imagem: National Cancer Institute/ Unsplash/ Reprodução

De acordo com o Ministério da Saúde, chegaram ao Brasil no último sábado as primeiras 750 mil doses da vacina Qdenga que estarão disponíveis pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O imunizante, que protege contra a dengue, recebeu aprovação da Anvisa em 2023, mas até então só era vendido na rede privada.

Este primeiro lote faz parte de um pacote com 1,32 milhão de doses, fornecidas pela farmacêutica Takeda, produtora da vacina. Dessa forma, não houve custos para o governo brasileiro.

No entanto, o Ministério da Saúde adquiriu todas as 5,2 milhões disponíveis da Qdenga, de forma que elas serão distribuídas em etapas de janeiro até novembro.

A vacina chega em um momento crucial para o país, que enfrenta uma alta de casos de dengue de mais de 100% para o mesmo período no ano anterior.

Sobre a vacina

A Qdenga é uma vacina feita com o vírus da dengue atenuado, ou seja, ela não causa risco de infecção. Contudo, apenas a presença do microrganismo já é capaz de fazer com que o sistema imunológico produza uma resposta, criando anticorpos de forma segura e controlada.

Atualmente, a versão da Qdenga disponível é tetravalente, o que significa que a vacina protege contra quatro sorotipos do vírus: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

Para garantir a imunização completa, são necessárias duas doses da Qdenga, cada uma de 0,5 mililitros. A partir de 30 dias após a segunda dose, a eficácia da vacina é de 80,2%. 

No entanto, quando analisados apenas casos mais graves, que requerem hospitalização, a Qdenga oferece proteção de 90,4%. Depois de completo o esquema vacinal, não é necessário tomar doses de reforço ao longo da vida.

Quem deve receber a Qdenga agora

Em geral, pessoas de quatro a 60 anos podem receber a Qdenga, mesmo se já tiveram dengue antes. Também não há necessidade de teste antes da vacinação.

Contudo, com a quantidade de doses que o governo brasileiro recebeu, não é possível vacinar todas as 30,5 milhões de pessoas da faixa etária prioritária, que vai de seis a 16 anos.

Atualmente, com as 5 milhões de doses que o Ministério da Saúde adquiriu para chegada ao longo do ano, será possível imunizar completamente, com as duas doses, cerca de 2,5 milhões de pessoas. No total, isso significa  1,1% da população.

Por isso, o órgão anunciou os critérios para seleção de quem será vacinado. O primeiro é a idade: receberão as doses de Qdenga aqueles que estão na faixa etária que sofre mais com hospitalizações por dengue, que atualmente abrange crianças entre 10 e 14 anos.

Além disso, o governo também priorizará regiões com municípios considerados de grande porte, ou seja, que possuem população maior que 100 mil habitantes, e que sofrem com alta transmissão da doença.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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