Ciência

Chegada do La Niña: como está a transição entre os fenômenos

El Niño deve chegar ao fim nas próximas semanas e, entre outono e inverno, dará espaço para chegada do La Niña
Imagem: Ivan Bandura/ Unsplash/ Reprodução

Há uma chance 83% de que o El Niño termine ainda neste trimestre. De acordo com as estimativas mais recentes da NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera), haverá um breve período de neutralidade e, logo após, deve acontecer a chegada do La Niña.

Quando chega a la niña no Brasil

Segundo o MetSul Meteorologia, a previsão é de que o El Niño termine nas próximas semanas, o mais tardar em meados de maio. Assim, a neutralidade deve se estabelecer apenas entre a segunda metade do outono até o início do inverno no Brasil, o que é uma transição muito rápida, da mesma maneira que aconteceu em 2023, quando houve a mudança contrária de La Niña para El Niño.

As estimativas da NOAA indicam a mudança por trimestre. Entre maio e julho, há 3% de probabilidade de El Niño, 65% de neutralidade e 32% de La Niña. Já no trimestre de junho a agosto, 1% de probabilidade de El Niño, 37% de neutralidade e 63% de La Niña

Resfriamento do Pacífico

De acordo com boletim da NOAA, dois fatores indicam o fim próximo do El Niño. O primeiro é a temperatura das águas Pacifico Equatorial Centro-Leste, região do oceano oficialmente usada para verificar a presença destes dois fenômenos climáticos.

Na última medição, as águas do local estavam 1ºC acima do que é considerado normal. Isso significa que o El Niño, que aquece o Pacífico, está presente, mas em estado de fraco a moderado.

O outro indicativo é a temperatura de uma região também acompanhada de perto por cientistas: o Pacífico Equatorial Leste, que fica no litoral do Equador e do Peru. Ali, a temperatura do mar já está mais fria do que a média, batendo 0,4ºC abaixo do que é considerado normal.

E a La Niña?

Embora La Niña resfrie as águas do Pacífico, a queda de temperatura ainda não indica sua chegada. Na verdade, o que está acontecendo agora indica que águas profundas e mais frias começaram a atingir a superfície.

De acordo com o MetSul, isso impulsiona a formação de “línguas” de águas mais frias que a média na faixa equatorial do oceano Pacífico. Chamado de ressurgência, o fenômeno altera o oceano e a atmosfera, o que dá início a um processo que provavelmente levará à chegada do La Niña.

Para compreender os efeitos do fenômeno no Brasil, veja os textos que o Giz Brasil preparou aqui e aqui.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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