Queda de meteorito causou terremoto em Marte, aponta sonda da NASA
A NASA revelou que conseguiu registrar com duas sondas a queda do maior meteorito em Marte, desde que a agência começou a explorar o planeta vermelho.
Tudo começou no dia 24 de dezembro do ano passado, quando a sonda inSight detectou em Marte um terremoto (ou “martemoto”, se preferir) com magnitude 4. A confirmação que esse abalo sísmico foi gerado pela queda de um meteorito ocorreu posteriormente, quando a sonda em órbita Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), também da NASA, avistou uma nova cratera na superfície marciana.
A agência espacial estimou que o meteorito que caiu no planeta tinha entre 5 e 12 metros de diâmetro. Na Terra, boa parte do objeto teria sido desintegrado ao entrar na atmosfera. Porém, como a atmosfera de Marte é rarefeita – com 1% da densidade da Terra – ele atravessou o ar sem dificuldade, explodindo em uma região chamada Amazonis Planitia, próxima do equador do planeta.
No vídeo abaixo é possível ver os dados do sismógrafo e o som do impacto captado pela InSight.
A força do impacto gerou uma cratera de 150 metros de diâmetro e com 21 metros de profundidade, com parte do material ejetado voando por até 37 quilômetros de distância. Além disso, o meteorito escavou pedaços de gelo do tamanho de pedregulhos que estavam abaixo da superfície, como pode ser visto na animação 3D abaixo:
De acordo com Ingrid Daubar, que lidera o Grupo de Trabalho de Ciência do Impacto da InSight, esta é uma das maiores crateras já testemunhadas em qualquer lugar no Sistema Solar. “É sem precedentes encontrar um novo impacto desse tamanho… É um momento emocionante na história geológica”.
A InSight está explorando o planeta Marte desde novembro de 2018. Desde então, ela já detectou 1.318 abalos no planeta, incluindo vários deles causados por impactos de meteoritos menores.
Segundo a NASA, a poeira depositada sobre os painéis solares da sonda está atrapalhando a captação de energia, reduzindo o poder de operação dos seus instrumentos. A agência prevê que a sonda será desligada definitivamente nas próximas seis semanas.
A missão tem o objetivo de estudar a crosta, o manto e o núcleo do planeta por meio da detecção de ondas sísmicas. A sonda ajudou os cientistas a entender melhor o tamanho profundidade e composição das camadas internas de Marte.