Radiação em Chernobyl está 16 vezes maior que o normal após incêndios florestais

Combater os incêndios florestais dentro da temível zona de exclusão de Chernobyl parece horrível, mas foi exatamente isso que cerca de 150 agentes de emergência tiveram que fazer neste final de semana.
Incêndio perto da aldeia de Volodymyrivka, na zona de exclusão em torno da central nuclear de Chernobyl
Incêndio perto da aldeia de Volodymyrivka, na zona de exclusão em torno da central nuclear de Chernobyl. Imagem: Yaroslav Yemelianenko/AP

Combater os incêndios florestais dentro da temível zona de exclusão de Chernobyl parece horrível, mas foi exatamente isso que cerca de 150 agentes de emergência tiveram que fazer neste final de semana, quando alguns incêndios foram registrados perto do local do pior desastre nuclear do mundo.

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De acordo com uma reportagem da CNN, o incêndio começou no sábado (4), dentro da zona de exclusão de Chernobyl, que abrange uma área de 2.600 quilômetros quadrados. O fogo chegou perto da aldeia de Volodymyrivka, que se encontra dentro da zona de exclusão, informou a Associated Press por meio da CTV News.

“Temos más notícias”, declarou Yegor Firsov, chefe do serviço de inspeção ecológica da Ucrânia, em um post no Facebook publicado no domingo (5). “A radiação está acima do normal no centro do incêndio”.

Dentro da área do incêndio, os níveis de radiação atingiram 2,3 microsieverts por hora (μSv/h), de acordo com Firsov. Normalmente, a radiação na área é de 0,14 μSv/h, acrescentou Firsov.

Os microsieverts medem a quantidade de energia, especificamente a radiação ionizante, que pode ser absorvida por tecidos humanos. As leituras foram 16 vezes superiores ao normal e 5 vezes superiores à quantidade máxima admissível de radiação do ambiente, de acordo com as diretrizes ucranianas.

Cerca de 116.000 cidadãos soviéticos fugiram da região após a explosão da usina em 26 de abril de 1986, seguidos de outros 220.000 que foram remanejados de suas cidades. O acesso à Zona de Exclusão continua sendo restrito para evitar a propagação de materiais contaminados e proteger a saúde humana.

A natureza tomou conta de grande parte da zona e os incêndios florestais são agora comuns nas proximidades da central nuclear desativada.

Firsov descreveu a situação como “difícil”, com as equipes de emergência tendo de se defrontar com dois tipos de emergência diferentes. O maior dos dois incêndios chegou a uma extensão de 50 hectares, exigindo os esforços de 124 bombeiros. O menor incêndio chegou a ocupar 12 hectares, conforme a reportagem da CNN. Ainda nesta segunda-feira (6), as equipes de bombeiros continuavam lutando contra as chamas.

Uma declaração emitida pelos especialistas ucranianos do Departamento de Preparação de Emergência e Monitoramento de Radiações afirmou que a capital Kiev, situada a cerca de 100 quilômetros de Chernobyl, e os seus subúrbios não foram afetados pelos incêndios.

“Quero acalmar a todos”, escreveu Firsov em um post no Facebook, dizendo aos residentes que não deveriam ter medo de abrir as janelas e arejar a casa durante a quarentena, em referência à pandemia de COVID-19.

Firsov responsabilizou os incêndios pela atividade humana, dizendo que são necessárias sanções mais severas para acabar com os “atos bárbaros”, em que as gramíneas são deliberadamente incendiadas. Caso contrário, “os incêndios em grande escala continuarão a ocorrer a cada outono e primavera”, alertou.

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