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Rede de fibra óptica pode criar monitor global de terremotos; veja como

Ao todo, são mais de 1,2 milhão de quilômetros de cabo de fibra óptica submarinos no mundo

Rede de fibra óptica pode criar monitor global de terremotos; veja como

Imagem: Telegeography/Reprodução

Os mais de 1,2 milhão de quilômetros de cabos de fibra óptica submarinos que cruzam o planeta podem fazer mais que levar internet para o mundo. Cientistas da Noruega descobriram que esses condutores podem monitorar desde o tráfego marítimo até prever terremotos

Essa percepção acompanha o estudo que usou cabos de fibra óptica para detectar sons de baleias azuis na costa do arquipélago ártico de Svalbard. O resultado foi a identificação e registro de mais de 800 vocalizações desses animais. 

Segundo Martin Landro, professor da NTNU (Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia), misturar a rede mundial de fibra óptica com os sistemas de sensoriamento remoto que já existem pode criar uma rede global de monitoramento. 

E o melhor: tudo em tempo real e por um baixo custo, disse ele. “Este poderia ser um observatório global revolucionário para as ciências Oceano-Terra”, afirmou em artigo publicado na revista Nature Scientific Reports, em novembro. 

Para que isso aconteça, os pesquisadores sugerem a inclusão de uma ferramenta chamada interrogador nos cabos de fibra óptica. Essas fibras que têm a espessura de um fio de cabelo conectam os continentes através dos oceanos. 

O interrogador ficaria responsável por evitar um pulso de luz através do cabo. Toda vez que uma onda sonora ou uma onda real atingir o cabo submarino, a fibra se flexiona e emite um comunicado. 

Uso potencial 

Já existem sensores que monitoram terremotos ao redor do mundo – os chamados sismômetros. No entanto, esses equipamentos são caros e não tão amplamente distribuídos como a rede mundial de fibra óptica. 

Segundo Landro, a instalação de interrogadores nos cabos possibilita a medição de sinais acústicos em distâncias de até 100 a 200 quilômetros. Quanto mais interrogadores estiverem nos cabos, mais longe vai a informação. 

“Embora os interrogadores atuais ainda não sejam capazes de detectar além dos repetidores normalmente usados ​​em longos cabos de fibra ótica, a tecnologia está se desenvolvendo rapidamente e esperamos superar essas limitações em breve”, afirmou.

No estudo com as baleias, os pesquisadores conseguiram detectar navios que passaram perto ou sobre os cabos. Também foi possível ver uma série de terremotos e um estranho padrão de ondas que, mais tarde, perceberam ter sido uma tempestade distante. 

Com um cálculo sobre as ondas de frequência mais baixa – que podem chegar até seis dias depois do ocorrido –, os pesquisadores identificaram uma grande tempestade no litoral do Brasil, a 13 mil km do cabo instalado em Svalbard. 

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