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Reino Unido vai proibir instalação de equipamentos de 5G da Huawei em 2021

Operadoras britânicas já estavam proibidas de comprar mais equipamentos de 5G da Huawei a partir de janeiro de 2021.

Foto: Patricia de Melo Moreira / AFP (Getty Images)

O Reino Unido deu mais um passo para remover a Huawei de sua rede 5G. No último domingo (29), o governo britânico anunciou que as empresas de telecomunicações do país não terão permissão para instalar novos equipamentos 5G da Huawei após setembro de 2021, informou a Bloomberg.

De acordo com a reportagem, embora o Reino Unido tenha anunciado em julho que as operadoras de telecomunicações teriam que remover equipamentos Huawei de suas redes até o final de 2027, a nova restrição poderia acelerar os planos das operadoras para reformar seus sistemas. As empresas de telecomunicações já estavam proibidas de comprar novos equipamentos 5G da Huawei a partir de janeiro de 2021.

A Bloomberg informou que as operadoras também serão proibidas de terceirizar a gestão de serviços para a Huawei a partir de abril de 2021.

“Estamos tomando medidas ousadas para implementar um dos regimes de segurança de telecomunicações mais duros do mundo”, disse Oliver Dowden, secretário de estado para Digital, Cultura, Mídia e Esporte, em um documento de orientação publicado no domingo (29). “Uma parte central disso é o combate a fornecedores de alto risco, e eu estabeleci um cronograma inequívoco para a remoção completa dos equipamentos Huawei de nossas redes 5G até 2027.”

Dowden diz que embora essa decisão seja “certa”, ela deixa o país excessivamente dependente de poucos fornecedores. Em particular, as empresas de telecomunicações do Reino Unido terão que contar com equipamentos dos fabricantes europeus Nokia e Ericsson, de acordo com a Bloomberg.

A nova restrição foi anunciada juntamente com a nova estratégia de diversificação da cadeia de suprimentos 5G do governo do Reino Unido. O plano de £250 milhões (cerca de R$ 1,77 bilhão) visa aumentar a cadeia de suprimentos de telecomunicações do país e, ao mesmo tempo, garantir que seja “resiliente a futuras tendências e ameaças”, de acordo com a orientação publicada pelo Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esporte.

O plano também criará novos projetos e centros de pesquisa, como o SmartRAN Open Network Interoperability Center, que, segundo o governo, criará uma plataforma para fornecedores existentes e emergentes testarem e demonstrarem soluções interoperáveis. Além disso, também incluirá um teste com o fornecedor japonês NEC para que a empresa possa testar seu equipamento no mercado do Reino Unido.

Mais importante será o novo Laboratório Nacional de Telecomunicações, uma instalação de última geração para pesquisa e desenvolvimento que fará testes de segurança, desempenho e resiliência de novos fornecedores e tecnologias, de acordo com a orientação.

No início do ano, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, planejava dar à Huawei um papel limitado na infraestrutura 5G do país, apesar das alegações dos EUA sobre os riscos que a empresa representava por causa de seus laços com o governo chinês. No entanto, Johnson foi forçado a mudar sua posição depois que os EUA emitiram novas restrições à Huawei em maio, que impediram a empresa e seus fornecedores de usar tecnologia e software americanos. Autoridades britânicas disseram que as sanções significam que eles não podem mais garantir a segurança dos produtos da Huawei.

A Huawei negou que representa um risco de segurança e, em resposta a um relatório do comitê de defesa do Parlamento do Reino Unido em outubro, afirmou que se o país prosseguir com sua proibição, será afetado negativamente.

“Restringir a Huawei vai atrasar [o 5G], aprofundará a exclusão digital e provavelmente aumentará os custos”, afirmou a empresa.

[Bloomberg]

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