Entre 1970 e 2021, ocorreram cerca de 12 mil desastres meteorológicos, climáticos e hídricos no mundo. No total, eles causaram mais de dois milhões de mortes e geraram uma perda de aproximadamente US$ 4,3 trilhões (cerca de R$ 20,8 trilhões na conversão direta).
Sob influência das mudanças climáticas, esses eventos se tornam mais frequentes e mais extremos. No entanto, o mundo ainda está longe de cumprir os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) propostos para 2030. Na prática, apenas 15% deles estão no caminho certo.
As informações são do relatório “Unidos pela Ciência“, divulgado na última quinta-feira (14) por 18 agências da ONU (Organização das Nações Unidas). O levantamento analisa o impacto das mudanças climáticas nos ODS.
O papel da ciência
De modo geral, o documento mostra de que forma a ciência pode auxiliar o cumprimento dos objetivos e, consequentemente, evitar os danos causados pelos desastres naturais.
O relatório mostra, por exemplo, como os sistemas de alerta precoce ajudam a reduzir o impacto desses eventos, dando às pessoas a chance de se preparar.
Neste sentido, as previsões meteorológicas também ajudam a impulsionar a produção de alimentos, o que aproxima o mundo de métodos para a erradicação da fome.
Além disso, o levantamento também mostra como a integração das informações científicas ajudam a compreender e antecipar doenças sensíveis ao clima.
“Avanços científicos e tecnológicos inovadores, como modelagem climática de alta resolução, inteligência artificial e previsão imediata podem catalisar a transformação para alcançar os ODS”, afirmou no relatório o Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
Para ele, os alertas antecipados podem proteger o desenvolvimento sustentável ao mesmo tempo que salva vidas e meios de subsistência.
Os mais atingidos
Segundo o levantamento, os países em desenvolvimento são os mais atingidos pelos desastres naturais. Mais de 90% das mortes causadas em situações extremas de clima aconteceram nestas nações.
Além disso, de maneira desproporcional ao tamanho das economias destes países, eles sofreram 60% das perdas econômicas decorrentes desse cenário.
O relatório prevê ainda que cerca de 670 milhões de pessoas possam passar fome em 2030. Isso também acontece em parte pelo aumento da frequência e intensidade dos desastres naturais.