Relatório: NASA precisa avançar em seu plano para trazer amostras da poeira de Marte

A NASA não decide aleatoriamente quais telescópios e satélites lançar ao espaço e quais planetas estudar. Em vez disso, um comitê de cientistas externos esboça um conjunto de objetivos e recomendações, no que é chamado de “pesquisa decenal”. E, embora aponte alguns contratempos financeiros, uma revisão intercalar do último relatório diz que a NASA fez […]

A NASA não decide aleatoriamente quais telescópios e satélites lançar ao espaço e quais planetas estudar. Em vez disso, um comitê de cientistas externos esboça um conjunto de objetivos e recomendações, no que é chamado de “pesquisa decenal”. E, embora aponte alguns contratempos financeiros, uma revisão intercalar do último relatório diz que a NASA fez um trabalho muito bom em atingir os objetivos determinados pela pesquisa Planetary Science de 2013-2022. Mas ainda há trabalho a ser feito, especialmente quando se trata de trazer uma amostra de poeira marciana para a Terra.

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A Academia Nacional de Ciências dos EUA divulgou na semana passada uma avaliação parcial do progresso da NASA em atingir os objetivos da comunidade de ciência planetária para o período entre 2013 e 2022. Segundo o relatório, a NASA mais ou menos atingiu ou excedeu as recomendações do comitê — mas não aderiu ao cronograma recomendado para desenvolver algumas missões de descoberta.

Existem diversas pesquisas decenais, e esse relatório trata apenas da pesquisa de 2013-2022 sobre ciência planetária. Você provavelmente já ouviu falar de suas principais prioridades: uma é coletar e trazer amostras da superfície de Marte. Outra é um estudo aprofundado da lua Europa, de Júpiter. A NASA está atualmente trabalhando para atingir ambos esses objetivos. A pesquisa também recomendou enviar uma sonda até a atmosfera de Urano, mas não existe atualmente uma missão para isso, aponta o Instituto Americano de Física.

A pesquisa original de 2013-2022 recomendava sete missões de tamanho médio do programa New Frontiers, que a NASA seleciona a partir de inscrições enviadas pela comunidade. Até hoje, essas missões já incluíram New Horizons, Juno e OSIRIS-REx. A nova avaliação sugeriu adicionar mais uma missão. O primeiro relatório também recomendava uma série de novas missões do programa Discovery — projetos menos caros, com um processo de seleção competitivo. Elas incluíram a NEAR-Shoemaker, que explorou o asteroide 433 Eros; a MESSENGER, que orbitou Mercúrio; e a mais recente Mars InSight. A nova avaliação sugeriu mais três missões Discovery.

O relatório também aponta que a NASA conquistou muitos dos objetivos do relatório inicial, apesar dos cortes de orçamento para a ciência planetária depois de 2012. Ele trouxe uma lista de recomendações para garantir que as agências permaneçam no caminho certo para atingir os objetivos, incluindo garantir a continuidade do cronograma das missões Europa Clipper e Mars 2020. Além disso, a sonda Mars 2020 vai preparar uma amostra para trazer de volta para a Terra, mas ainda não existe uma estratégia sobre como fazer isso. O relatório recomendou criar uma nova missão para esse fim, apontando que os satélites atuais em torno de Marte estão ficando velhos.

Além disso, a avaliação recomendou o patrocínio de oito a dez estudos conceituais que poderiam ser incluídos na próxima pesquisa decenal. Um relatório recente da Academia Nacional de Ciências dos EUA incluiu muitas ideias para missões para explorar Saturno, Vênus e a Lua e para buscar a amostra de Marte que a missão Mars 2020 coletar.

Astrofísico em contato com o governo federal, David Spergel, da Universidade de Princeton, disse ao Gizmodo que o relatório foi “oportuno”. Ele apontou especificamente a incerteza em torno da Estação Espacial Internacional (ISS) e como o Congresso dos EUA gostaria de ver as operações da NASA na ISS até 2030, enquanto o presidente Trump gostaria de encerrar as operações em 2024. “Mudanças frequentes de estratégia dificultam a conexão entre as investigações de pesquisa e as necessidades de exploração”, disse ele.

Essa não é a única pesquisa decenal a partir da qual a NASA trabalha. Esse relatório de 2013-2022 trata apenas a ciência planetária, mas cientistas também estão se preparando para o relatório Astro 2020. Ele vai discutir o futuro da astronomia e da astrofísica; o decenal astronômico de 2010 listou o telescópio espacial WFIRST e o telescópio terrestre LSST como suas maiores prioridades.

Portanto, embora as coisas às vezes pareçam obscuras em relação à exploração espacial, considerando os atrasos em grandes projetos e as tentativas ocasionais de cortar orçamentos, é legal dar uma conferida em algumas das coisas incríveis que a NASA e outros cientistas já conquistaram. Também é empolgante pensar em quais missões dos programas New Frontiers e Discovery podem vir a seguir, para complementar os resultados das missões atuais. E, com sorte, alguém pode descobrir como trazer uma amostra da superfície de Marte.

Imagem do topo: NASA/JPL-Caltech

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