O professor da escola de negócios suíça IMD Business School, Michael Wade — com financiamento da Tonomus, subsidiária da “cidade do futuro” Neom, da Arábia Saudita — lançou um “Relógio do Juízo Final” com foco na emergência da (IA) Inteligência Artificial. Segundo ele, ideia é alertar as pessoas sobre os perigos da “inteligência artificial geral descontrolada”, ou “semelhante a um deus”.
O projeto é semelhante ao Doomsday Clock, outro relógio do fim do mundo – do Bulletin of the Atomic Scientists.
O novo AI Safety Clock diz que estamos (de forma metafórica) a 29 minutos da meia-noite, o que já representa um “alto risco”. Isso significa “o quão perto estamos do ponto crítico em que uma inteligência artificial descontrolada pode trazer riscos existenciais [para a humanidade]”, de acordo com Wade para a Time.
O professor diz que “embora nenhum dano catastrófico tenha acontecido ainda, a velocidade vertiginosa do desenvolvimento da IA e as complexidades da regulamentação significam que todas as partes interessadas devem permanecer alertas e engajadas”.
“A cada dia, o relógio se aproxima mais de um cenário de potencial apocalipse”, alega Wade, dizendo basear-se em dados concretos. “O AI Safety Clock rastreia três fatores essenciais: a crescente sofisticação das tecnologias de IA, sua crescente autonomia e sua integração com sistemas físicos”, explica.
Ele acrescenta que, segundo o Centro de IA da Stanford Institute for Human, nos EUA, “a maioria dos sistemas de IA de hoje ainda depende da direção humana”. No entanto, ele aponta para um futuro em que a IA poderia ganhar mais autonomia e passar a decidir coisas, como “cortar o fornecimento de energia de uma cidade, manipular mercados financeiros ou implantar armas militares”, por exemplo.
Relógio do Juízo Final: realidade ou exagero?
De fato, diversos outros profissionais já se pronunciaram sobre os perigos da IA, bem como a necessidade de uma regulamentação para a tecnologia. Contudo, a ferramenta já apresenta problemas atuais, como alto consumo de energia, geração de deepfake, entre outros.
Mesmo assim, ainda há muita desinformação e pessimismo acerca da relação entre inteligência artificial e o fim do mundo.
Em setembro, o Bulletin publicou um artigo desmentindo exageros sobre o papel da IA na projeção de novas armas biológicas. O texto afirma que, “apesar de todo o pessimismo, na verdade há muitas incertezas sobre como a IA afetará as armas biológicas e a arena mais ampla da biossegurança”.