Ciência

Resultado em 1 minuto: cientistas criam teste de Covid-19 que acende em caso positivo

Utilizando molécula de um crustáceo com bioluminescência, teste de Covid-19 se mostrou mais rápido que os que já estão disponíveis
Imagem: Mufid Majnun/ Unsplash/ Reprodução

Imagine fazer um teste para detectar Covid-19 e não precisar esperar 15 minutos para saber o resultado? E se casos positivos, em vez de marcarem duas riscas em um pedaço de papel, acendessem uma luz? 

Um novo estudo publicado na revista ACS Central Science detalha a pesquisa de cientistas em busca de um substrato que reage com a proteína spike do SARS-CoV-2, gerando bioluminescência natural durante o processo.

Bioluminescência como base

Em geral, diversos animais possuem a capacidade de produzir luz. Geralmente, isso acontece por meio de reações químicas, envolvendo o substrato com nome luciferina e uma enzima chamada luciferase.

No entanto, há um tipo específico de luciferina que consegue liberar luz ao reagir a proteínas, não apenas a enzimas. Elas são chamadas de compostos imidazopirazinona, ou simplesmente IPT. 

Pensando nisso, estudos anteriores testaram sua função e comprovaram que elas poderiam servir como base para um novo tipo de teste médico. Dessa forma, a produção de luz anunciaria a presença de uma proteína-alvo causadora de alguma doença, por exemplo.

A possibilidade de um novo tipo de teste

No novo estudo, pesquisadores investigaram a capacidade de luciferinas ITP reagirem com a proteína spike do SARS-CoV-2. É essa molécula a responsável por fazer o vírus invadir as células humanas, causando a infecção por Covid-19.

Para isso, os cientistas testaram a reação de 36 luciferinas ITP a apenas uma proteína spike. apenas uma molécula emitiu luz. Ela foi extraída de pequenos crustáceos do gênero Cypridina.

Então, para simular um cenário mais real, eles testaram essa luciferina com a proteína spike em seu estado natural: três unidades, dobradas e juntas. Como resultado, o ITP emitiu luz após aproximadamente 10 minutos.

No entanto, para isso, precisaram aplicar essa combinação em um dispositivo de leitura de luminescência disponível comercialmente. Depois de alguns testes adicionais, a junção da luciferina IPT à saliva não tratada de alguém suspeito de ter Covid-19 pode produzir luz em apenas um minuto.

Agora, os pesquisadores pretendem adaptar a abordagem para detectar outros vírus que possuem proteínas semelhantes à spike, como influenza e MERS-CoV.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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