[Review] Sennheiser HD 250BT: fone traz som encorpado e conforto, mas design frágil pode não agradar
Aficcionados por áudio certamente devem achar estranho a Sennheiser investir em um produto mais de entrada. Mas este é o caso do Sennheiser HD 250BT. É um fone de ouvido da marca alemã voltado para um público que não quer gastar rios de dinheiro em um acessório mais acessível, sem abrir mão de sons potentes. É também um dos produtos mais leves da companhia, confirmando que o fone também preza pelo conforto.
O HD 250BT chegou ao Brasil há alguns meses com preço sugerido de R$ 499, mas já é possível encontrá-lo com alguns reais de desconto e na mesma faixa de preço dos fones mais baratos da JBL, que certamente é a principal concorrência do produto. Será que vale a pena? É o que você descobre nesta análise.
Sennheiser HD 250BT
O que é
Um fone Bluetooth bem leve, com som encorpado e design mais simples de plásticoPreço
Sugerido: R$ 499. No varejo: em média, R$ 400Gostei
O uso é bastante confortável e não pressiona a cabeça; som equilibrado e clareza em vozes e diálogos; bateria com 25 horas de autonomiaNão gostei
Não tem entrada P2 para usar o fone com cabo; porta USB-C só funciona para recarregar; não é dobrável
Design e conforto
Logo ao abrir a caixa do HD 250BT, ficou claro para mim que o objetivo da Sennheiser é mesmo abraçar uma parcela do público que procura por uma solução mais simples e bem menos cara que outros fones de ouvido da marca. Portanto, pode esquecer a robustez de outros produtos da empresa, já que a palavra de ordem neste modelo é a simplicidade. Para tanto, todo o acessório é feito em plástico e não passa a sensação de ser um dispositivo muito resistente. O próprio fio que liga cada concha aos fones fica exposto, o que só comprova que acabamento não foi uma prioridade nos planos da Sennheiser.
Outra coisa que me desagradou é que o HD 250BT não pode ser dobrado. Então, mesmo que ele seja leve para carregar, o transporte em si pode não ser dos melhores, já que eu recomendaria deixá-lo sozinho em um compartimento mais fechado de uma bolsa, mala ou mochila. Além disso, a Sennheiser não inclui nenhum estojo ou case para proteger o fone, aumentando ainda mais a sensação de fragilidade.
Por outro lado, essa construção mais enxuta acaba sendo um dos grandes trunfos do HD 250BT, já que isso garante que ele seja extremamente leve — são apenas 125 gramas. Ponto positivo também para o conforto: nas várias horas que eu testei o fone, ele não pressionou minha cabeça, nem incomodou meus ouvidos com as conchas do tipo supra-auriculares (ou seja, que cobrem toda a orelha). Eu só gostaria que o apoio superior que vai por cima da cabeça tivesse algum revestimento acolchoado, porque ali sim eu senti que ele arranhou um pouco o couro cabeludo.
As conchas, aliás, são revestidas por um couro sintético bem macio e que não esquenta muito, mesmo após horas de uso contínuo. É na concha direita que ficam os únicos três botões do acessório, facilitando o comando de reprodução ou pausa de músicas e podcasts. Vale citar que o HD 250BT é carregado por uma porta USB-C e não tem entrada de 3.5 mm para cabo. Portanto, é totalmente Bluetooth, já que o USB-C é usado exclusivamente para recarga.
Recursos e conectividade
Puxando o gancho do parágrafo anterior, eu gostei que o HD 250BT não vem com um monte de botões, resumindo tudo apenas aos controles de volume e ao botão de liga/desliga ao centro, que também é usado para pausar ou continuar a reprodução, para avançar ou retroceder a faixa, e para atender ou recusar chamadas telefônicas. No entanto, confesso que foi um pouco incômodo para me acostumar aos botões ficarem tão próximos um do outro, o que às vezes me fazia esbarrar no botão de volume ao tentar pular para a próxima música. Isso é mais uma questão de costume e de paciência para se adaptar ao formato do produto.
O Sennheiser HD 250BT se conecta em dispositivos por Bluetooth 5.0, e essa conexão precisa ser feita manualmente — pois é, estou mal acostumado aos métodos de conexão rápida dos Beats e AirPods da vida. Mas isso, definitivamente, não é um problema. Aliás, você pode emparelhar o fone em mais de um aparelho e alternar entre eles sem alterar a conexão em cada um deles. O Bluetooth é bastante estável e não passei por nenhuma instabilidade ao andar pelos cômodos de casa. A marca ainda destaca a presença do Qualcomm aptX Low Latency, tecnologia que diminui a latência de comandos e sincroniza o áudio e vídeo.
Como de costume, o fone pode ser pareado com o aplicativo Sennheiser Smart Control, disponível para iOS e Android. É pelo app que você monta prests personalizados a partir do som que você quer ouvir, seja ele mais neutro, mais intenso, com menos batidas, entre outras possibilidades. Basta arrastar uma bolinha pelas interfaces até deixar as frequências do jeito que quiser. Isso é legal, mas admito que gostaria que o app já viesse com alguns modos pré-definidos. Afinal, nem todo mundo quer ter o trabalho de equalizar um monte de coisas.
Som e microfone
Se eu fosse resumir o som do Sennheiser HD 250BT em uma palavra ela seria equilíbrio. Nada de médios ou graves exagerados, nem vozes abafadas e pouco cristalinas. Tudo é na medida — e isso é muito bom, porque diminui um pouco aquela sensação de fragilidade que comentei no design do produto.
O áudio se sobressai melhor em estilos como pop, rock, eletrônica, rap e hip hop, com destaque para os médios ligeiramente mais abertos. Trilhas sonoras com instrumentos mais clássicos perdem um pouco da intensidade, mas nada que prejudique a qualidade, que já é ótima e balanceada. Mesmo com o volume quase no máximo, o HD 250BT não distorceu as vozes e diálogos, nem apresentou aquele efeito irritante de ruído, como se o áudio estivesse vazando.
Ah, e antes que eu me esqueça: embora consiga isolar o som de forma satisfatória, o HD 250BT não tem nenhuma tecnologia de cancelamento ativo de ruído, nem suporte para Dolby Atmos. Até aí, tudo dentro do esperado, pois lembre-se que este é um fone mais básico e sem grandes pretensões.
Já o microfone é único e do tipo onidirecional. Ou seja, ele capta e transmite vozes de todas as direções. O componente no HD 250BT não é dos melhores, mas fica dentro do que se espera para um fone de entrada. Tanto eu quanto a pessoa do outro lado em uma chamada telefônica conseguimos nos ouvir com clareza, sem precisar falar mais alto e desde que o ambiente à minha volta estivesse silencioso.
Bateria
A Sennheiser promete uma autonomia de 25 horas contínuas para o HD 250BT com uma única carga. E nos meus testes, foi por volta disso mesmo que eu obtive. De um dia para o outro, eu deixei ele reproduzindo faixas do Apple Music em um iPad, e o resultado foram exatas 24h56. Eu também fiz uso intervalado durante uma semana inteira, ouvindo músicas no trabalho por cerca de cinco horas por dia. Só na metade do quinto dia é que o fone começou a apitar o aviso de que a bateria estava fraca. No quesito autonomia de bateria, ponto positivo para a fabricante.
Vale a pena?
O Sennheiser HD 250BT é um acerto para a marca alemã, que agora parece estar disposta a investir em produtos mais acessíveis. O conforto e a qualidade sonora são os pontos de maior destaque no acessório, que fisicamente pode ser um tanto frágil, é verdade. Contudo, isso fica em segundo plano em detrimento dos excelentes fatores citados anteriormente. Tem também o custo-benefício, já que o aparelho pode ser encontrado entre R$ 350 e R$ 400. Para quem deseja um fone supra-auricular que não custe os olhos da cara, esta pode ser a opção.
Claro, tem uma coisinha e outra que eu gostaria que fossem diferentes, como a ausência de um conector de 3.5 mm (para usar mesmo quando a bateria estiver zerada) e a possibilidade do fone ser dobrado, o que facilitaria o transporte em bolsas e mochilas menores. Mas ao analisar o conjunto da obra, por esse preço, os recursos e especificações do HD 250BT já estão de bom tamanho.