[Review] – Sony WH-1000XM2, um fone premium com cancelamento de ruído não tão caro

Dizem que a “palavra é prata e o silêncio é ouro”. Deu para sentir isso nas últimas semanas em que estive testando o fone de ouvido da Sony WH-1000XM2 com cancelamento de ruído (ou NC, Noise Cancelling). E, olha, o silêncio que ele proporciona é ouro no sentido de ser conveniente (trabalhar ou andar por […]

Dizem que a “palavra é prata e o silêncio é ouro”. Deu para sentir isso nas últimas semanas em que estive testando o fone de ouvido da Sony WH-1000XM2 com cancelamento de ruído (ou NC, Noise Cancelling). E, olha, o silêncio que ele proporciona é ouro no sentido de ser conveniente (trabalhar ou andar por aí sem ruído externo foi bem bacana), mas também no alto preço do gadget.

É o preço de um smartphone intermediário bom, R$ 1.290 (praticamente o preço de um Moto G6), mas, comparado aos seus concorrentes topo de linha, ele é uma das opções de melhor custo benefício. Eu o utilizei por algumas semanas o acessório, e as perguntas que mais me fiz durante o teste foram: Para quem é este fone? Vale a pena esse preço todo? Abaixo, as minhas impressões sobre um dos principais lançamentos da Sony do ano:

Usando

O fone vem em um estojo de couro. Dentro dele, tem um cabo P2/P2 revestido de ouro para você conectar ao seu computador — já que boa parte dos smartphones modernos não têm mais a entrada convencional de fone de ouvido — e um adaptador para avião. Para carregar, acompanha um cabo micro-USB.

Só tem dois botões para interação: um para ligar e outro em que se ativa ou desativa o NC (Noise Cancelling). Aliás, esse segundo botão também serve para estabelecer conexão Bluetooth.

Crédito: Guilherme Tagiaroli/Gizmodo Brasil

E foi justamente aí que comecei a usar o fone. Na primeira vez, só ativei o Bluetooth, pareei com o meu smartphone e já era. Uma vez conectado ao smartphone, o tal segundo botão cancelava o ruído externo ou mantinha o barulho — aqui vale observar que, por ser um fone concha gigante, mesmo sem noise cancelling ele já abafava quase todos os tipos de som externo. Se seu smartphone tiver NFC, dá para fazer o pareamento encostando o celular na região da concha com o símbolo da tecnologia.

O controle de reprodução pode ser feito via petelecos. Bastava dar um toque no na concha direita para interromper a música; arrastar os dedos para frente ou para trás podia avançar ou retroceder em uma playlist. Os movimentos para cima e para baixo regulam o volume. Não foi dos recursos que mais utilizei: confesso que às vezes precisava dar dois toques mais fortes para interromper a música, mas, no geral, pode ser uma forma esperta de controlar o tocador sem precisar pegar o smartphone.

Detalhe dos botões do fone de ouvido e da entrada micro-USB. Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

Ele é um trambolho de 275 gramas. Utilizei-o durante o período de inverno, então foi ok andar por aí com ele, pois além de cancelar o ruído externo, esquentava minhas orelhas. Em épocas quentes, pode ser inconveniente, pelo menos em áreas externas. Lógico, isso é só um detalhe, mas é algo que você deve levar em consideração dependendo do seu uso — independente da temperatura, ele vai continuar assegurando seu silêncio durante o expediente.

Regulando o volume do mundo exterior

A experiência, no entanto, fica melhor com a instalação do app Sony Headphone Connect, disponível para Android e iOS. Nele, tem configurações que tornam o uso do fone de ouvido muito mais personalizado.

Um dos recursos de destaque do fone, que foi ressaltado durante sua apresentação, é o otimizador de cancelamento de ruído. A Sony promete analisar o nível de pressão atmosférica para tornar o cancelamento personalizado dependendo da pressão atmosférica — isso pode ser especialmente interessante durante voos, em que a pressão nos ouvidos costuma ser forte, além do barulho da aeronave.

Não deu para testar nesse tipo de condição. No entanto, foi possível usar uma outra funcionalidade do aplicativo chamada de Adaptive Sound Control, que, pelo menos para mim, que uso transporte público, foi muito útil. Ele fica monitorando o tipo de atividade — a partir dos sensores do smartphone — e ajusta o controle de som ambiente.

App permite controlar som ambiente e adaptar o áudio tocando ao barulho externo. Crédito: Captura de tela

Por mais que ele cancele ruídos externos, o fone de ouvido conta com um microfone que não é só útil para fazer chamadas, mas também “monitorar” o mundo exterior. Enquanto eu caminhava, o Adaptive Sound Control detectava a atividade e permitia que eu ouvisse um pouco do mundo exterior. Isso é bom, pois é possível ouvir ruídos de trânsito ou do transporte público.

Em alguns momentos, utilizei o fone de ouvido no trabalho. Sabe quando você está ouvindo música, alguém te chama e você deixa a pessoa no vácuo? Isso pode não ser um problema. Com a função Controle de Som Ambiente e com o recurso “Foco da voz” ativos, o microfone detecta a voz humana e reduz um pouco o isolamento.

Lógico que também é possível desativar esse recurso e deixar o cancelamento de ruído no talo, o que pode ser interessante naquela hora que seu colega do lado não para de falar ou que você precisa de concentração para realizar alguma tarefa.

O aplicativo ainda conta com outras funções para quem gosta de personalizar a forma de ouvir som. Além do equalizador, é possível controlar até a “posição” do som — de qual “direção” o som será projetado no seu fone de ouvido.

Ainda que não seja audiófilo, me agradou bastante a qualidade do som. Me pareceu muito limpo e me impressionou o bass pesado — quando conectado via cabo P2, chegava inclusive a vibrar no interior da concha, numa experiência semelhante a fones Beats que já testei. Em músicas com menos grave, os médios e agudos estavam lá.

Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

Por fim, e não menos importante, o headphone Sony WH-1000XM2 promete uma autonomia de 30 horas (com noise cancelling ligado) e 38 horas (com noise cancelling desligado). No meu teste, usando ocasionalmente durante o trabalho e no transporte público, a bateria só acabou após 10 dias — usei em média umas 4 horas por dia (aos fins semana usei menos) e, em alguns momentos, alternava e conectava o fone ao conector P2. Portanto, a autonomia chega mais ou menos próximo ao que é sugerido pela empresa.

Para carregar completamente, ele levou cerca de 2 horas. Aliás, ele vem com um cabo micro-USB e não tem um carregador. Então, você tem que pegar o carregador do seu Android ou conectar ao computador e mandar ver. Outra questão é que ele não tem um indicador de que está cheio. Basicamente, tinha que olhar de tempos em tempos até que cheguei a esse período de carregamento.

E aí? Vale a pena?

Uma das minhas principais raivas enquanto estou ouvindo música ou algum podcast é o barulho externo em excesso. E pelo menos nisso, o WH-1000XM2 resolveu 100% meu problema. O pessoal do “shopping trem”, para a minha felicidade, não chegou a atrapalhar minhas viagens, e o uso em ambientes de trabalho com barulho é bom em um nível que não tinha imaginado. Além disso, com menos ruído externo, não precisei ficar ouvindo som no talo.

É um aparelho premium e para aficionados. No entanto, me senti meio que matando uma barata com uma bazuca — pelo menos, para meu uso cotidiano no transporte coletivo, um bom fone intra-auricular resolveria.

De qualquer jeito, ter a oportunidade de ter aparelhos como o WH-1000XM2 no mercado brasileiro é interessante para este público-alvo exigente e disposto a abrir a carteira. Disponível desde junho por aqui com preço sugerido de R$ 1.290, ele vem para aumentar o leque de opções que contém concorrentes como Bose Quiet 35 (encontrado por R$ 1.899 em varejistas), o Beats Solo 3 (R$ 1.799) e o Sennheiser HD 4.50 BTNC (R$ 1.420).

Imagem do topo por Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

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