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Mythic Quest: 2ª temporada acerta o tom e mostra que série é mais que um jogo – Crítica sem Spoilers

Nova temporada retratou mais relacionamentos e muda rumo dos personagens. Leia nossa crítica, sem spoilers.

Imagem: Divulgação

No final de junho, a Apple TV+ disponibilizou o último episódio da segunda temporada de Mythic Quest, série que retrata de forma caricata uma empresa que desenvolve um dos maiores MMORPG enquanto cada integrante precisa lidar com desafios pessoais.

Lançado em 2020, o seriado foi um sucesso ao retratar assuntos que envolvem o universo do desenvolvimento de games sem perder a leveza, ao mesmo tempo que era provocativo abordando assuntos espinhosos como trabalho excessivo, machismo e ambiente tóxico. A produção contou com a Ubisoft dando consultoria e realizando as imagens dos jogos que aparecem entre as transições de cenas.

A primeira temporada teve dois episódios especiais, com o primeiro sendo feito de forma remota, retratando a pandemia. E o segundo fechou com chave de ouro, com uma aventura digna de RPG com muitos efeitos especiais — e um pouco de imaginação.

Porém, a temporada deixou a desejar por ter focado em partes menos relevantes, além de alguns pontos que poderiam ser bem mais trabalhados. Agora com a nova temporada, o sitcom conseguiu ser assertivo na narrativa e adicionar um novo rumo para a série.

Conflitos pessoais

Os episódios estão centrados na equipe trabalhando em uma nova expansão após o sucesso de “Raven’s Banquet” (que dava o subtítulo da temporada anterior). Agora, vemos Poppy Li como nova diretora criativa coordenando ao lado de Ian Grimm no projeto, o que pode causar diversos atritos devido ao jeito megalomaníaco de ambos.

A nova fase de Mythic Quest está centrada mais no relacionamento entre os personagens, seja de trabalho como os dois codiretores. Aliás, os atores Rob McElhenney e Charlotte Nicdao continuam entregando uma excelente dinâmica entre eles ou no sentido romântico, como as testers Rachel e Dana.

Muitos dos conflitos falam sobre futuro, carreira e das inseguranças de trabalhar no mercado de games, em que é preciso conciliar uma boa ideia, razoavelmente jogável e que lucre, o que nem sempre entra de acordo. E claro que o sitcom não perde o DNA de ser leve e livre de amarras, ainda sendo uma ótima pedida de assistir quando não quer pensar muito e dar boas risadas.

Alguns personagens tiveram maior relevância e profundidade. Entre elas Carol, a moça do RH, as duas testers e o autor C.W, que recebeu um episódio falando sobre o seu passado.

Precisamos falar do episódio de flashback

Assim como na primeira, nova temporada tem episódio em que se passa no passado. Imagem: Apple TV+

Para quem adorou o 5º episódio da primeira temporada, que abordou de forma mais sóbria o jogo A Dark Quiet Death, a segunda temporada trouxe novamente um episódio sobre o passado. Intitulado de “Backstory!”, o sexto episódio retrata o início da carreira de C.W, ambientado em uma Los Angeles dos anos 70, quando começou a escrever para uma revista de ficção.

“Backstory!” traz elementos diferentes que quebram o padrão da comédia de Mythic Quest (mudança de câmera, ambientação e um tom mais sério). No entanto, comparada ao quinto episódio da primeira temporada, a história tem uma ligação mais explícita ao fazer uma ligação com o episódio seguinte, em que C.W encontra com um antigo colega de profissão, retratando sobre amizade, escolhas e consequências e a nossa finitude diante da morte.

Sem fazer revelações, o final da segunda temporada termina deixando o público questionando sobre os rumos que os desenvolvedores tomaram e o futuro do jogo. Mythic Quest acerta em cheio o tom da narrativa e prova que é audaciosa ao falar sobre assuntos polêmicos e alterar totalmente os destinos dos personagens sem hesitação.

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