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[Review] Philco Hit PCS01: estreando com o pé direito

O aparelho que marca o primeiro passo da Philco no Brasil é o Hit PCS01, um modelo de entrada com preço sugerido de R$ 999. Uma aposta bacana, já que é um segmento com poucas alternativas interessantes.

Philco Hit PCS01

Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

Qualquer estreia em um mercado competitivo como o de smartphones gera dúvidas e incertezas: será que a marca vai se estabelecer? Quais são os diferenciais? Será que é confiável investir em um aparelho de uma marca que ainda não tem reputação no segmento? Pelo menos a Philco é conhecida dos brasileiros, embora seja por seus eletrodomésticos e TVs. Pelo menos o consumidor já ouvir falar deles.

O modelo que marca o primeiro passo da Philco no Brasil é o Hit PCS01, um modelo de entrada com preço sugerido de R$ 999. Uma aposta bacana, já que é um segmento com poucas alternativas interessantes – que falta faz um modelo competente e baratinho, como eram os primeiros Moto G, não é mesmo?

Utilizei o Philco Hit PCS01 por algumas semanas e foi uma surpresa agradável. Para um modelo abaixo dos R$ 1.000, ele se mostrou competente no desempenho e sem muita perfumaria. Um aparelho simples e direto. Nos próximos parágrafos, detalho a minha experiência.

O que é?
Smartphone básico de estreia da Philco no mercado.
Preço
R$ 999.
Curti
Bateria, leitor de impressão digital e consistência no desempenho.
Não curti
Android desatualizado, conector micro-USB e visual.

Acabamento

A primeira impressão que temos do celular é aquela que temos quando tiramos o aparelho da caixa. O PCS01 não é muito bonito, não. Por outro lado, é um smartphone compacto, como há muito eu não usava: a tela tem 5,45 polegadas e embora ele não tenha display que ocupa toda a parte frontal, a pegada dele é bastante confortável.

A parte frontal é minimalista: sem logotipo, só um “queixo” que não abriga nada. Na parte de trás, acabamento de plástico preto que rapidamente se enche de marcas de dedo, a logo mais ou menos centralizada, um leitor de impressões digitais estrategicamente posicionado onde o dedo indicador alcança (e que funciona muito bem) e seu conjunto de câmeras com dois sensores e flash LED.

Há uma característica do projeto me incomodou um pouco: as câmeras estão posicionadas muito na quina do celular. Não tive a infelicidade de derrubá-lo no chão, mas me parece óbvio que essa é a parte mais suscetível a quebrar ou até mesmo arranhar pelo contato com sujeiras na mesa e afins. Tudo bem que certos modelos tem uns módulos de câmera protuberantes que parecem incentivar o contato com impurezas e parecer um imã para quedas, mas esses costumam ser mais caros e oferecer um tratamento especial para o vidro com camadas anti-riscos e resistência. Não parece ser o caso para um modelo de R$ 999.

Resumindo, é um celular sem charme algum. Para quem prefere enxergar o copo meio vazio, é um aparelho super discreto. Pode ser ponto positivo, dependendo do seu ponto de vista.

Tela

A tela IPS LCD tem resolução HD, o que é esperado para um modelo de entrada. As cores são vibrantes e brilho o suficiente para ver o conteúdo da tela sob o sol do meu quintal – que neste inverno não tem sido frequente.

Em relação ao brilho, teve uma característica de software que me incomodou bastante durante o período em que o PCS01 foi o meu celular principal: o brilho automático não funcionava direito para ambientes escuros. O problema está relacionado com a opção “brilho adaptável” do Android, que substituiu o que costumávamos chamar de “brilho automático”.

Durante à noite, com as luzes apagadas, eu ajustava o controle para o mínimo e o brilho ficava bastante confortável. Acontece que se a tela desligasse, o controle sempre voltava ao meio. Ou seja, pegar o celular pela manhã quase me cegava – imagine só um baita raio de luz como a primeira coisa da sua manhã.

Apesar de a telinha do recurso afirmar que mover o controle deslizante “ajuda o brilho adaptável a memória suas preferências”, não foi isso o que aconteceu. O único jeito que encontrei para não destruir os meus olhos foi desativar o brilho adaptável e ajustar os níveis manualmente – o que também é bastante inconveniente. Foi o primeiro Android que peguei que tinha esse problema, que provavelmente pode ser corrigido com facilidade em uma atualização do software.

Falando em software, o Philco Hit PSC01 roda uma versão ligeiramente desatualizada do Android, a 9.0. Pelo menos a marca não incluiu muitas personalizações, nem aplicativos pré-instalados. As mudanças visíveis estão nos ícones de apps de fábrica, somente.

Desempenho

A ausência dessas modificações colabora com a performance satisfatória do aparelho. Na verdade, eu me surpreendi com a agilidade do aparelho que se deve, em grande parte aos 4 GB de RAM.

A Philco se esquivou de dar detalhes sobre o nome e marca do processador utilizado. Na coletiva de imprensa, por exemplo, me recordo de pelo menos dois colegas perguntando sobre o modelo e o gerente de produto se limitou a dizer que era um “octa-core” ou um “ARM Cortex-55”. Também questionei a marca posteriormente, via assessoria de imprensa, mas deram as mesmas respostas.

Instalei alguns apps da Play Store que dão uma mãozinha nesse aspecto, como o AIDA 64. O modelo tem um Unisoc SC9863A, um chipset de entrada – ele utiliza arquitetura ARM Cortex-A55 e tem oito núcleos, quatro deles para desempenho (1,6 GHz) e outros quatro para eficiência energética (1,2 GHz).

Apesar do aspecto desconhecido do chipset, a experiência do dia a dia foi satisfatória e o modelo lidou bem com tarefas simples. Ele não faz muito esforço para abrir aplicativos como WhatsApp e alternar para o Gmail ou Twitter.

Navegar em aplicativos com mais imagens e vídeos, como é o caso do Instagram, também é tranquilo, embora vez ou outra você perceba pequenos atrasos em animações do sistema. É o caso do YouTube, também, mas nada que comprometa muito ou irrite o usuário.

A saída de som do aparelho não é das melhores. À noite, deixando o celular com o volume bem baixo, dá para perceber alguns “chiados”, principalmente entre intervalos silenciosos do conteúdo. Além disso, a parte inferior mostra duas “saídas” de áudio, como se tivessem dois alto-falantes, mas uma das saídas é enfeite.

Eu gostei de ler artigos mais longos no Chrome por causa do formato mais compacto, que não cansava muito a mão e permitia alcançar alguns ícones sem muita dificuldade.

Só não espere conseguir rodar joguinhos mais pesados como Asphalt 9, por exemplo – até vai, mas os pequenos travamentos e lags são constantes. Em me distraía com Solitaire e Mini Metro, que rodaram legal. Outros títulos populares como Candy Crush também devem ser tranquilo de jogar.

O modelo vem com 64 GB de armazenamento, espaço generoso para aparelhos de entrada (geralmente com, no máximo, 32 GB). Há ainda entrada para cartão microSD de até 128 GB.

Bateria

Outra característica que me surpreendeu foi a autonomia da bateria de 4.000 mAh. É uma bateria grande por si só, mas que nem sempre se traduz em muitas horas longe da tomada (ainda mais com um processador que supostamente não tem alta eficiência energética devido ao seu processo de fabricação).

Ainda que meus testes estejam ligeiramente enviesados por causa da pandemia e eu não sair de casa com frequência, usava bastante o celular fora do expediente, fosse para ler notícias, ver vídeos, deixar uma música tocando via caixinha de som. Conseguia usar ele por quase dois dias em levar até a tomada. Para um uso mais comum do dia a dia, é seguro dizer que chega ao final do dia com uma boa carga restante.

Adianto que é uma boa ideia deixá-lo carregando enquanto dorme. Como o modelo não possui um adaptador de tomada muito potente, nem tecnologia de carregamento rápido, a bateria demora bastante para chegar até os 100%. Confesso que estou mal acostumado com celulares que carregam rápido, mas é preciso esperar algumas horas para encher o tanque.

Câmera

Não dá para esperar muito da câmera de um celular de R$ 999, mas até que os sensores do PCS01 quebram um galho quando o assunto da foto é simples e há bastante iluminação. Em termos de especificação, são duas câmeras na traseira, o sensor principal de 13 megapixels (f/2.0) e o de profundidade de 2 megapixels (f/2.2). A câmera frontal tem 5 MP (f/2.2).

Repare que na foto da planta, até há um bom nível de detalhes, mas as cores ficaram muito saturadas. O verde é bem menos verde na vida real. Com iluminação artificial dá para receber mais ruídos e as cores continuam sem muita fidelidade.

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Há também alguma dificuldade em capturar cenas rápidas – é preciso segurar o celular firme e esperar um pouco entre tocar no botão de tirar a foto e ter a certeza de que ela foi capturada. Resumindo, não é um celular tão rápido no gatilho.

A câmera de selfies tem um nível de detalhes bastante baixo e as cores, por sua vez, costumam ficar com aspecto mais opaco.

Conclusão

O Philco Hit PCS01 é uma opção sólida abaixo dos R$ 1.000. Não é um smartphone incrível, mas faz bem o feijão com arroz: desempenho bastante satisfatório para a categoria e uma autonomia de bateria decente – é o que a maioria das pessoas privilegiam no dia a dia, muito embora outros aspectos como tela, câmera e visual possam fazer os olhos do consumidor brilhar. Outro aspecto bastante positivo são os 64 GB de armazenamento interno, raríssimo nessa faixa de preços.

Não é um celular bonito, mas cumpre suas principais funções. Falando em beleza, a Philco poderia dar um jeito de colocar um nome menos complicado do que PCS01, né? Nem dá para chamar só de “Philco Hit” porque outros lançamentos da marca abraçaram a nomenclatura.

O grande porém do modelo é a câmera, mas é dificílimo encontrar uma boa experiência nesse quesito em modelos de entrada.

Por R$ 999 eu já diria que é um modelo interessante, mas garimpando bem dá para achar perto dos R$ 800. É um modelo definitivamente melhor do que o Nokia 2.3, que tem preço sugerido de R$ 899 mas desagradou muito no desempenho, e uma alternativa a se considerar em relação a modelos como Galaxy A10S e Moto E6 Plus.

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