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[Review] Samsung Galaxy Book S: um notebook ultrafino e levíssimo (e só isso mesmo)

Com configuração mediana, aparelho é focado em quem precisa de um notebook leve para transportar. Quem sabe quando pudermos viajar de novo?

Imagem: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

Imagens: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

Lançado no final de fevereiro no Brasil, o Galaxy Book S é um notebook interessante em quase todos os sentidos. Do processador híbrido Intel Core i5-L16G7 à bateria com a promessa de durar mais de um dia longe da tomada, o dispositivo pode ser colocado como concorrente direto do MacBook Air da Apple. E aí entram suas características mais notáveis: peso e tamanho.

Com apenas 11,8 mm de espessura com a tampa fechada, o aparelho da Samsung cabe facilmente em qualquer mochila e foi pensado justamente na portabilidade, apesar de nós, brasileiros, não estarmos aptos a fazer viagens por aí dado o momento da pandemia. Ele também é muito leve, pesando menos de 1kg.

Nos últimos 20 dias, eu venho testando o Galaxy Book S como meu notebook principal, e agora eu te conto como tem sido a experiência.

Samsung Galaxy Book S

O que é
Um notebook levíssimo e finíssimo pensado para a portabilidade

Preço
Sugerido: a partir de R$ 7.199. No varejo: em média, R$ 5.840

Gostei
Muito leve. Mas muito leve mesmo; cabe em qualquer bolsa ou mochila; o touchpad é grande

Não gostei
Poucas as portas e entradas (apenas duas USB-C nas laterais); a tela touchscreen poderia ser melhor aproveitada se o notebook fosse conversível; esquenta bastante; performance ok, mas nada impressionante

Design

Na caixa, o Galaxy Book S parece ser um notebook como todos os outros. O aparelho tem em sua maioria o alumínio como material principal, o que garante robustez e elegância. Mas a surpresa veio quando peguei ele pela primeira vez: é extremamente leve, com exatos 950 g. Isso permite levá-lo para onde quiser sem sentir peso algum nas costas se estiver dentro de uma mochila. Eu diria até que você pode colocá-lo tranquilamente dentro de uma pasta para levá-lo nas mãos e ainda assim não ficaria cansado de carregá-lo.

A espessura do produto é outra característica de cair o queixo: são apenas 11,8 mm quando a tampa estiver fechada, tornando este um dos notebooks mais finos do mercado. Mais até do que o modelo atual do MacBook Air, que possui 16,1mm, segundo o site da Apple.

Com números tão pequenos, já era de se esperar que outras especificações seriam afetadas. E são as mesmas da concorrência: a ausência de portas populares em notebooks. O Galaxy Book S tem apenas duas portas USB-C, além das conexões para fones de ouvido, cabo de energia e para cartão microSD. Isso significa que, se você quiser usar um pendrive, mouse ou acessório com USB ou HDMI, será necessário recorrer a um adaptador externo. A Samsung inclui um dongle do tipo USB, mas o HDMI ficou de fora.

Também para priorizar a espessura finíssima, a Samsung optou por uma construção mais restrita no Galaxy Book S, não permitindo trocar componentes internos. O SSD é uma exceção. Mas, a não ser que você queira correr o risco e testar por conta própria, o ideal é procurar uma assistência técnica oficial para efetuar essa troca. Além disso, o notebook não tem sistema de ventilação, e anote aí: ele esquenta bastante em qualquer aplicação mais pesada.

Teclado e touchpad

O teclado do Galaxy Book S tem uma ótima resposta. As teclas são grandes e fazem pouco barulho quando pressionadas, e há um leitor de impressões digitais no botão de liga/desliga. O padrão adotado pela Samsung é o ABNT2 (o que inclui a tecla “ç”), e as teclas são retroiluminadas em verde claro, em vez do branco tradicional. Eu gostaria que o brilho fosse um pouquinho maior, mas o nível máximo está na média. Aliás, é possível customizar para quando as luzes do teclado ficarão acesas para diminuir o consumo de bateria.

Mesmo com foco na portabilidade, a Samsung acertou em cheio por colocar um touchpad de tamanho satisfatório. Não chega a ter o mesmo tamanho do trackpad dos MacBooks, mas para um modelo de 13 polegadas, é mais do que suficiente. O dedo desliza facilmente por toda a extensão do touchpad e respondeu muito bem a todos os meus comandos. De uns tempos para cá eu estou mais acostumado a usar o touchpad do que um mouse externo, e nesse quesito o Book S não me decepcionou.

Tela e áudio

O Galaxy Book S vem com uma tela TFT LCD de 13,3 polegadas com resolução Full HD (1.920 x 1.080 pixels). Comparado ao fator portabilidade, o display não é um dos principais destaques do notebook, mas deu para perceber que a Samsung não deixou essa característica em segundo planos. Prova disso é que o painel pode alcançar 350 nits de brilho intenso, no modo normal, e 600 nits, no modo extremo, ao ajustar manualmente nas configurações do aparelho. Dá para usar sob o sol? Sim, mas fica um certo reflexo. O contraste não é tão profundo, porém dá conta do recado.

Outra coisa legal é que a tela do Book S é sensível ao toque. Mas legal até certo ponto: apesar de às vezes ser mais fácil tocar no display para executar certas ações, seria muito mais interessante se o aparelho fosse conversível e permitisse virar a tela até encostá-la na tampa traseira, como uma espécie de modo tablet. Como isso não é possível, confesso que foram poucas as vezes que eu realmente vi alguma utilidade no fato do painel ser touchscreen.

As bordas laterais do Book S são bem finas, enquanto que a borda superior é um pouco mais grossa para abrigar uma webcam com 720p de resolução. Não tem muito o que falar sobre webcams embutidas porque elas geralmente não trazem nada de espetacular. Então, o que posso garantir é que ela atendeu minhas necessidades em chamadas de vídeo no Zoom e ficou dentro daquilo que eu já esperava.

No áudio, o Galaxy Book S leva o selo AKG e a tecnologia Dolby Atmos. São dois pares de alto-falantes de 1,2 W cada. O notebook pode ser pequeno no tamanho, mas na potência sonora ele me surpreendeu positivamente. Os níveis de graves e médios são muito bons e, mesmo com o volume no máximo, não apresentou distorções ou ruídos.

Hardware, performance e bateria

O Galaxy Book S traz especificações técnicas um tanto… curiosas. Aqui, temos o processador Intel Core i5-L16G7. Geralmente, os chips de qualquer eletrônico (notebooks, smartphones, tablets, entre outros) são somados em números pares, como os chipsets quad ou octa-core. Esse não é o caso do i5-L16G7, que tem 5 núcleos de até 1,39 GHz. A Intel chama esse tipo de processador de “híbrido”, pois mescla núcleos potentes com núcleos mais simples para otimizar o consumo de energia e o uso de memória.

Para o Book S, o i5-L16G7, que integra a família de chips Intel Lakefield, conta com um núcleo Sunny Cove, para programas mais pesados, e mais quatro núcleos Tremont, para atividades que não exigem muita potência. Todos os núcleos são construídos na arquitetura de 10 nanômetros. Completam as especificações 8 GB de memória RAM, SSD de 256 GB (que foi a que eu testei) ou 512 GB e GPU Intel UHD Graphics.

E no que isso se traduz? Tarefas básicas funcionam bem, como abrir ou editar um arquivo no Word, usar o Spotify, assistir uma série na Netflix, acessar redes sociais pelo Google Chrome e navegar pelo sistema operacional Windows 10. Agora, usar o Adobe Photoshop, jogar pela Steam ou ações mais pesadas podem decepcionar se você está procurando um notebook com mais poder de fogo.

Isso não é um problema porque, como dito anteriormente, a maior proposta do Book S é a portabilidade — e nisso ele cumpre todos os principais requisitos. Não deu para forçar muito as capacidades do aparelho porque ele não foi pensado para isso e, em algumas atividades, ficou perceptível que o dispositivo sofre com um pouco de lentidão, em especial ao acessar recursos de multitarefa.

Outra decepção é que o Galaxy Book S entrega uma autonomia muito abaixo da prometida pela fabricante. De acordo com a Samsung, a bateria de 42 Wh pode durar até 17 horas caso reproduza vídeo continuamente, sem estar conectado à internet. Mas, na verdade, comigo o notebook ficou totalmente descarregado após cerca de nove horas de uso. E isso em um cenário do dia a dia, alternando entre trabalho, ouvir música e até dois episódios de séries na Netflix.

Veja bem: nove horas de autonomia não é algo totalmente ruim. Tem até um modo chamado Bateria Plus para salvar mais energia, que nos meus testes aumentou esse tempo para quase 12 horas. Só que essa opção reduz drasticamente o desempenho do aparelho, então eu só usei uma única vez para ver como ela funcionava. Eu só gostaria que as tais 17 horas destacadas pela Samsung fossem, de fato, algo mais próximo disso.

A recarga é feita por uma das portas USB-C usando o carregador que acompanha o Book S. O adaptador de tomada é relativamente pequeno para um notebook, e comigo levou exatas 2h57 para carregar do 0% para 100%.

Vale a pena?

Se você é o tipo de pessoa que fica para cima e para baixo nos lugares e precisa de mais portabilidade, então sim: o Galaxy Book S é uma alternativa viável. É sem dúvida um dos notebooks mais finos e leves que você encontra hoje à venda no Brasil. Mas só por isso. Todo o resto fica em segundo plano e cumpre o seu papel sem grandes surpresas, incluindo a tela LCD com brilho de até 600 nits e touchpad responsivo.

Por aqui, o dispositivo custa R$ 7.199, na versão de 256 GB, e R$ 7.499, para o modelo com 512 GB. A não ser que você preze pelas características citadas no parágrafo anterior, por esse preço eu recomendaria você partir direto para um notebook gamer. Até mesmo o MacBook Air com Intel Core i5 é uma opção mais viável e mais barata se você não faz muita questão de portas e conexões extras.

Não é que o Galaxy Book S seja um notebook que deixa a desejar. Ele só é direcionado para um público bem específico. E como no momento atual da pandemia ninguém tem saído muito de casa (bom, tecnicamente, né?), o fator portabilidade acaba não tendo muito sentido.

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