[Review] Samsung Galaxy On7: um intermediário ok, mas que não é o suficiente para virar o jogo

O Galaxy On7, lançado no final do ano passado, chamou nossa atenção quando foi oferecido para testes. Será que finalmente um intermediário da Samsung levaria a empresa de volta à relevância de outros tempos?

O lançamento do primeiro Moto G, em 2013, foi um grande impacto na categoria de smartphones intermediárias. Depois, Asus e Xiaomi chegaram ao Brasil e ganharam elogios aos seus aparelhos. Enquanto isso, a Samsung permaneceu discreta, sem grande destaque nos smartphones destinados a quem não quer gastar muito.

O Galaxy On7, lançado no final do ano passado, chamou nossa atenção quando foi oferecido para testes. As especificações eram comparáveis às dos concorrentes, e ele também traz tela e bateria grandes. Decidimos ver como o aparelho se saía, depois da marca ter passado tanto tempo sem um aparelho que chamasse a atenção nesta faixa de preço.

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O que é?

O Samsung Galaxy On7 é um aparelho intermediário. Por enquanto, é o único exemplar da linha On, vendida exclusivamente pela internet — você não encontrará este smartphone no varejo, apenas em grandes sites ou na loja oficial da Samsung.

As especificações técnicas são parecidas com as que você encontra em outros aparelhos desse segmento, como o Galaxy J5, da própria Samsung, e até mesmo o Moto G, da Motorola, e o Redmi 2, da Xiaomi. O processador é o mesmo Snapdragon 410 (quad-core, 1,2GHz) dos concorrentes. A memória RAM de 1,5 GB é um item intermediário entre os competidores, já que tanto Redmi 2 quanto Moto G têm versões de 1GB e 2GB. As câmeras de 13 e 5 megapixels “empatam” com as do Moto G e têm resolução maior (e, como você deve saber, número de pixels não quer dizer necessariamente qualidade) que as do Redmi 2.

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Design

O Galaxy On7 tem todos aqueles traços característicos de um smartphone Samsung: o botão Home é físico, e os outros dois ficam “invertidos” — Multitarefas na esquerda, Voltar na direita; o botão de volume fica na borda esquerda do aparelho; a lente da câmera é levemente saltada em relação ao corpo do aparelho; a saída P2 para fones de ouvido fica na parte de baixo do aparelho.

Mesmo com uma tela de 5,5 polegadas, o aparelho é confortável de usar, graças às bordas finas e à pequena espessura. Particularmente, eu gosto do botão Voltar na direita –fica mais fácil de chegar nele com o polegar direito– e dos botões de volume na esquerda. A saída de áudio na parte de baixo do aparelho não me incomodou nas semanas em que usei o aparelho — é até mais prático deixá-lo no bolso “ao contrário”, na minha opinião.

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A tampa traseira do On7 é feita de um material que imita couro. É agradável ao toque e ajuda a dar uma sensação de aderência, mas visualmente não agrada. Ela também parece ser feita de um material bem frágil. O aparelho que a Samsung nos enviou veio na cor dourada, que é até bastante discreta — se for glam demais para você, o aparelho tem opção de cor preta.

A tela é um painel TFT de 5,5 polegadas e resolução HD (1280×720 pixels). As cores são bastante vivas e a resolução é boa. O brilho deixa a desejar em alguns momentos, mas o TouchWiz (falaremos mais dele adiante) tem um bom recurso de Modo Externo: é um botãozinho que fica do lado do controle de brilho da tela e aumenta temporariamente a luminosidade do display, para melhorar a visibilidade em ambientes externos.

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Usando

O Galaxy On7 roda Android 5.1.1 Lollipop, com a já conhecida personalização TouchWiz da Samsung. Ela parece estar mais leve: os apps padrão do Android foram alterados, mas há menos bloatware que antigamente — nada de demos de jogos, por exemplo. Claro, ainda há alguns apps inúteis, como o Recarga Fácil, um navegador e uma loja própria de apps. Tem também o My Knox, app de virtualização para, nas palavras da Samsung, dividir “o sistema em dois ambientes distintos” — dá para usar duas contas de WhatsApp assim, por exemplo.

O visual continua bastante alterado: a tela inicial e a gaveta de aplicativos foram mudadas e nem de longe lembram o padrão do Android. Pelo menos, há uma certa harmonia visual com ícones arredondados nos apps pré-instalados, e também há a possibilidade de organizar os aplicativos em pastas também no menu de apps.

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A alteração que mais incomoda, porém, é na área de notificações. A Samsung continua com o mesmo layout de sempre, com os atalhos de configurações ocupando metade do espaço das notificações. O resultado é que você fica com pouco espaço para ver avisos — é difícil, por exemplo, expandir uma notificação de mensagem ou de email para ler o conteúdo. A solução do Android puro — uma página para notificações, outra para atalhos — é muito mais organizada.

Apesar de tudo, a TouchWiz parece mais leve. O Galaxy On7 funciona bem para um smartphone intermediário — eu tenho um Moto G e não senti grande diferença em termos de velocidade.

Ela também ganhou alguns recursos interessantes: além do Modo Externo que já falamos, há um atalho rápido para a câmera (aperte duas vezes o botão Home em qualquer tela ou mesmo com o aparelho bloqueado) e, nas configurações, a opção de programar o smartphone para reiniciar diariamente (não cheguei a ativar, mas é uma solução bem interessante para evitar problemas de desempenho).

Apesar do bom desempenho, a decisão da Samsung de colocar 1,5GB de RAM causa estranheza — por que não 2GB, se Redmi 2 Pro e Moto G têm essa opção? Mas o que complica mesmo o uso do smartphone são os 8GB de armazenamento interno, dos quais só 4,4GB estão disponíveis para o usuário. É muito pouco. Cedo ou tarde ela vai encher e você vai precisar ficar transferindo apps para o cartão de memória. É ruim, e fica ainda pior se você levar em conta que os concorrentes têm muito mais espaço — o Quantum GO tem até mesmo uma versão com 32GB.

A Samsung aproveitou o tamanho da tela para colocar uma bateria maior que a média: são 3.000 mAh, mais que qualquer outro smartphone da categoria. Ela garante um dia de uso com certa folga — eu não precisava recarregar o smartphone no trabalho, como faço com meu Moto G, para garantir uma carga extra para usar ao chegar em casa, à noite. Além disso, ela é removível, o que é sempre bom.

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Câmera

O Galaxy On7 vêm com câmeras de 13 e 5 megapixels. O software da Samsung parece meio antiquado depois das soluções minimalistas adotadas por Motorola e LG nos últimos anos, como tocar em qualquer lugar da tela para disparar.

Por outro lado, ele tem um ótimo modo Pro que dá a você o controle sobre ISO, equilíbrio de branco e exposição. Na câmera frontal, você tem opções de embelezamento para aumentar olhos, suavizar pele e emagrecer bochechas.

As imagens são boas e contam com bom nível de detalhe, mas a câmera parece ter alguma dificuldade de encontrar o foco. Com iluminação ruim, alguns pontos de luz estouram.

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Gostamos

O Galaxy On7 é um celular agradável, no geral. O design acertado permite que ele fique bem na mão e no bolso e oferece generosas 5,5 polegadas de tela. A bateria é grande e dura bastante. A TouchWiz, apesar da má fama, parece mais leve e ganhou, ao longo do tempo, alguns recursos interessantes.

Não gostamos

8GB de armazenamento interno é muito, muito pouco. Limpar dados e cache ou mover apps para o cartão SD é uma coisa bem chata a se fazer. A TouchWiz também não me agradou visualmente, e ter metade da área de notificações reservada para atalhos de configurações é bem incômodo.

Vale a pena?

O Galaxy On7 foi lançado a R$949 nos últimos meses de 2015. Com a alta do dólar e o fim da isenção fiscal da Lei do Bem, a Samsung subiu o preço em sua loja oficial para R$1049, mas ele ainda pode ser encontrado em muitas lojas online pelo preço antigo.

Pelo preço, ele oferece pouco. O desempenho é aceitável e fica na média dos intermediários, a tela é legal para quem gosta de telas grandes, e ele é bonito. Seria uma boa recomendação para quem não é de instalar muita coisa no smartphone ou usa o aparelho para coisas mais básicas, como Facebook e WhatsApp, mas os apenas 8GB de armazenamento interno viram um problema. O app Gerenciador Inteligente ajuda a limpar a memória de armazenamento, mas o espaço é realmente muito apertado, e vai acabar se tornando um problema para quem usa pouco e não está tão acostumado com ficar excluindo dados de aplicativos.

Um Quantum GO 4G, por exemplo, custa R$999 e oferece 32GB de armazenamento. Um Redmi 2 Pro custa bem menos e oferece mais RAM e mais memória interna (e câmeras com resolução menor, é verdade, mas com qualidade comparável).

Por isso, dá para dizer que o Galaxy On7, apesar da louvável melhoria em relação a modelos intermediários da Samsung, não tem um custo-benefício atraente o suficiente para virar o jogo a favor da marca coreana nesta categoria. Fazendo uma analogia futebolística, é como aquele time que escapa do rebaixamento para, no ano seguinte, ficar no meio de tabela. A evolução é notável, mas não é suficiente para brigar num patamar superior. Faltou um craque de 16GB, um reforço na RAM, se livrar daqueles jogadores que ganham muito sem sair do departamento médico…

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