[Review] Redmi 2, o primeiro smartphone da Xiaomi para o Brasil
O primeiro produto da gigante chinesa a dar as caras no Brasil é o Redmi 2: um smartphone com entranhas de intermediário e preço de entrada. Ele passou a ser comercializado no início do mês passado e, assim como seu preço e configurações diferentes, sua forma de venda também não é muito convencional — o Redmi 2 pode ser adquirido apenas pelo site oficial de sua fabricante, a Xiaomi, e só em datas determinadas pela companhia.
Ele é vendido por apenas R$ 499, quase que a preço de custo, porque a Xiaomi o comercializa por conta própria – sem gastar com canais tradicionais de varejo – e porque ele não inclui acessórios como fones de ouvido. Explicamos aqui como funciona o modelo de negócio da Xiaomi em nosso bate papo com Hugo Barra, vice-presidente internacional da marca.
A Xiaomi nos cedeu um Redmi 2 para testes. O preço baixo e configuração de celular intermediário faz este smartphone valer a pena? Confira abaixo em nosso review.
O que é?
O Redmi 2 é o primeiro smartphone da gigante chinesa Xiaomi no Brasil. Ele é um celular com preço de entrada e especificações de intermediário: ele possui tela HD de 4,7 polegadas IPS e resolução HD 1280×720, 1 GB de RAM, 8 GB de armazenamento interno (expansível a até 32GB), processador Snapdragon 410, GPU Adreno 306, câmeras de 8 (traseira) e 2 (frontal) megapixels, bateria de 2.265 mAh e entrada para dois cartões 4G — o primeiro do tipo no Brasil.
Além disso, o Redmi 2 também possui a própria interface, a MIUI 6, uma ROM baseada no Android 4.4, que o deixa com cara de iOS e traz algumas características próprias – e muito bem-vindas – à interface de usuário.
Para quem é?
O Redmi 2 é perfeito para quem não quer gastar muito com um celular, mas não abre mão de um produto de qualidade. Perfeito para quem está com o orçamento baixo ou precisa de smartphone reserva — o problema maior do celular é conseguir comprá-lo, já que a venda do smartphone é feita apenas no site da Xiaomi em datas determinadas.
E, curiosamente, o Redmi 2 também é um Android bacana para quem se acostumou a usar um iPhone, graças à interface que mescla aspectos do iOS e Android.
Design e tela
O primeiro celular da Xiaomi no Brasil possui design simples: fundo cinza fosco e botões laterais prateados. Nada muito diferente dos demais celulares de grandes marcas do mercado. Os botões capacitivos (que ficam no rodapé do celular e apresentam as funções de voltar, tela inicial e multitarefa) têm cor vermelha. Abaixo do botão capacitivo central, há um pequeno LED de notificações. Mas além desse LED de alerta, nenhum outro botão é retroiluminado; usar o Redmi 2 no escuro pode ser um problema.
A tela IPS de 4,7 polegadas, com resolução HD 1280×720 e densidade de pixels 312 ppi entrega uma qualidade impressionante não encontrada em outros aparelhos da mesma faixa de preço. O forte brilho e pouco reflexo da tela faz com que ela possa ser usada em qualquer tipo de iluminação.
A traseira de plástico do Redmi 2 é removida ao pressionar uma pequena entrada na lateral direita do aparelho. Após removida, você tem acesso à bateria, entradas para os dois chips 4G e o slot para cartão de memória.
Usando
Com 13,4 cm de altura, 6,7 cm de largura e 9,2 mm de espessura, o Redmi 2 se encaixa muito bem na mão, mas a traseira plástica é um pouco escorregadia, o que torna desconfortável usá-lo com apenas uma mão — ele chegou a escorregar dos meus dedos e ameaçou cair no chão. Então, a não ser que você tenha uma mão bem grande (o que não é o meu caso) tenha cuidado ao usar o smartphone com apenas uma mão – ou compre uma capa protetora.
A bateria também é mais um aspecto impressionante do aparelho: dura o dia inteiro e mais um pouco. Mesmo ouvindo música, usando Facebook, Twitter e Snapchat, e respondendo emails durante um dia inteiro, ao fim dele, quando estava prestes a plugá-lo no carregador, eu ainda o encontrava com 30 a 40% de bateria cheia.
Mas a grande diferença ao usar o celular da Xiaomi não está em seus aspectos físicos, e, sim, em seu software. Diferente dos dispositivos iOS e Android, a MIUI 6 funciona como um novo sistema operacional completo que mistura um pouco de cada mundo. A gaveta de apps, por exemplo, padrão nos celulares Android, é inexistente na MIUI — todos os aplicativos ficam na tela inicial, assim como no iOS. A tela de configurações também se parece bastante com a dos dispositivos Apple.
A gaveta de notificações e atalhos (funções padrão nos Android e que surgiu há algumas atualizações no iOS) também estão presentes, mas a MIUI vai além e apresenta funções próprios. Por exemplo, é possível mover ou remover diversos aplicativos de uma única vez: o menu para customizar as telas é aberto com o gesto de pinçar. Desta tela, é possível selecionar diversos aplicativos de uma vez, ou para movê-los para outra tela, ou para removê-los em conjunto. Além disso, na tela de customização, caso apps estejam espalhados, ao chacoalhar o celular, eles são organizados automaticamente.
Também encontramos aqui:
– Gravação de chamadas. Um botão dedicado é mostrado assim que uma ligação se inicia. Nada de baixar um app para isso ou deixar o gravador de voz rodando durante uma ligação. Algo simples e útil, especialmente para aqueles momentos em que você precisar ligar para algum serviço de atendimento e armar um barraco.
– Limpador de RAM: uma função inserida direto no gerenciador de tarefas. Ele limpa e informa quanto de RAM está sendo gasto com as funções abertas.
O sistema ainda é completamente customizável: existe um app dedicado para baixar e instalar milhares de temas gratuitos no Redmi 2.
Alguns engasgos ocorreram aqui e ali durante o uso, especialmente quando muitos aplicativos estavam abertos ou com apps especificamente mais pesados, como Instagram e Snapchat: em ambos os casos, a tela chegou a travar por alguns poucos instantes; no Instagram, a tela deslizou com um pouco mais de lentidão que o de costume.
A MIUI 6 não só apresenta um design novo e remodelado para um celular Android, como ainda oferece novas funções e características muito bem-vindas. Tudo isso sem destoar do aparelho: sem lentidões ou milhares de apps bloatware vindos de fábrica.
Câmera
A câmera traseira de 8 megapixels do Redmi 2 é acima da média para um celular de entrada, especialmente com boa iluminação, mas ainda assim a qualidade é apenas razoável.
O aparelho conta ainda com HDR automático, que dá às fotos um tom mais artístico, mas essa função demora um pouco mais, já que é necessário tirar uma foto em alta exposição, uma em baixa e uma normal da mesma imagem antes de juntar tudo.
A câmera traseira conta ainda com uma série de funções, como modo cena, panorama, HHT, Beautiful e até mesmo um modo manual, que permite controlar brilho e ISO da fotografia.
Já a câmera frontal de 2 megapixels identifica a idade e o sexo dos usuários e aplica filtros específicos à faixa etária que suavizam a pele. Uma função interessante, mas que não funciona muito bem com óculos.
Ambas as câmeras possuem uma série de filtros e existem ainda algumas outras facilidades, como alterar entre uma câmera e outra deslizando o dedo para cima ou para baixo.
Vale a pena?
Apesar de alguns engasgos e a traseira escorregadia, as configurações do Redmi 2 o colocam em um patamar acima dos celulares de entrada – e olha que ele custa a partir de R$ 499. Ele não acompanha fones para baratear o custo e comprá-lo pode ser uma dor de cabeça, visto as datas específicas determinadas pela Xiaomi e a impossibilidade de comprá-lo em alguma rede de varejo por enquanto.
O Redmi 2 é um tremendo celular. Seu preço, configuração e interface fazem dele o smartphone ideal para aqueles cujo orçamento não está ajudando, mas que não querem deixar de ter um celular bom e adequado.