Rússia aplica multa de R$ 245 milhões no Google por suposta desinformação
O governo russou condenou o Google a pagar uma multa equivalente a US$ 50 milhões (cerca de R$ 245 milhões) por supostamente facilitar a circulação de informações falsas sobre o conflito na Ucrânia. De acordo com a imprensa local, a big tech se recusou a excluir desinformação sobre a guerra, publicações com teor considerado “extremista” e também sobre o que chamou de “propaganda LGBT”.
Empresas de tecnologia acreditam que o governo Putin está atuando ativamente para ter controle sobre todas as informações que chegam aos cidadãos russos. O movimento ocorre, principalmente, sobre assuntos sensíveis, como a guerra ou a recente investida do país contra os direitos da comunidade LGBTQIAPN+. Para algumas companhias, o país está exercendo uma espécie de censura sobre o que circula na internet.
A gigante das buscas foi uma das poucas empresas de tecnologia norte-americanas que não foram bloqueadas e tiveram as operações encerradas no país após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Mesmo assim, vem enfrentando grandes desafios e embates frequentes com governo local.
Não é só o Google
A Rússia vem monitorando de perto a atuação de grandes plataformas tecnológicas. Isso também inclui as agências de notícias, especialmente, se forem controladas por corporações estrangeiras. No ano passado, o país também bloqueou algumas agências de notícias. O governo justificou a medida pelos veículos tratarem como “invasão” o que a Rússia chama de “operação militar estratégica” na Ucrânia.
Além disso, o governo classificou empresas estrangeiras como organizações extremistas ou terroristas. É o caso, por exemplo, da Meta — controladora de Facebook, Instagram e Whatsapp –, que desde o ano passado não opera mais na Rússia.
A Rússia já havia multado o Google por suposta desinformação. No ano passado, o governo russo condenou a empresa de não remover vídeos com conteúdo considerado falso no YouTube.
A empresa, por outro lado, já aplicou sanções ao governo Putin e aliados. No ano passado, pro exemplo, Google limitou funcionalidades de várias de suas plataformas em Belarus. Isso ocorreu após o governo de Aleksandr Lukashenko, conhecido como “o último ditador da europa” (e aliado de Vladimir Putin), permitir que os russos realizassem um ataque à Kiev dentro de seu território.