“Este não é um tema novo. Por muitos anos, a chamada ‘Síndrome de Havana’ foi exagerada na imprensa e, desde o início, foi associada a acusações contra o governo russo. Mas ninguém nunca publicou ou expressou qualquer evidência convincente dessas acusações infundadas em lugar nenhum. Portanto, tudo isso nada mais é do que acusações falsas e infundadas da mídia”.
Rússia é acusada de disparar arma sônica contra diplomatas dos EUA
A Rússia está sendo acusada de provocar a misteriosa “Síndrome de Havana” em diplomatas e espiões dos Estados Unidos. Isso aconteceu ao longo dos últimos anos, após o uso contínuo de uma arma sônica.
Os sintomas da doença envolvem lesões cerebrais, assim como perda auditiva. Segundo uma investigação, uma unidade da inteligência russa estaria usando o equipamento para provocar o distúrbio à distância em pessoas selecionadas.
Por meio de uma apuração conjunta, os jornais The Insider, Der Spiegel e 60 Minutes, da CBS, conectaram a Rússia aos incidentes com a suposta arma sônica. De acordo com as informações, membros de um braço da Diretoria Principal de Inteligência da Rússia (GRU) — a Unidade 29155 — estavam nos locais onde houve relatos de aparição da “síndrome de Havana” — falaremos mais sobre ela abaixo.
A reportagem, que durou um ano, ainda indicou que funcionários do alto escalão da Unidade 29155 receberam benefícios por trabalhar no desenvolvimento de “armas ultrassônicas não letais”. Vale mencionar que o grupo é responsável pelas operações de inteligência militar da Rússia no exterior.
Além das recentes acusações envolvendo a suposta arma sônica, a Unidade 29155 da Rússia foi responsabilizada por vários incidentes internacionais, incluindo a tentativa de envenenamento do desertor Sergei Skripal, no Reino Unido, em 2018.
Governo russo negou as acusações
Em reposta às acusações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou as investigações como “infundadas” e culpou a imprensa por “exagerar” os acontecimentos.
A origem da “Síndrome de Havana”
O fenômeno da “Síndrome de Havana” recebe o nome da capital de Cuba, pois foi onde o primeiro caso aconteceu, em 2016. Entretanto, a investigação jornalística mais recente atualiza essa informação, sugerindo que os primeiros relatos datam de dois anos antes, na Alemanha.
Há ainda casos da doença em diversas regiões do mundo, de Washington, nos EUA, à China. Aliás, na última segunda-feira (1º), o Pentágono disse que um alto funcionário do departamento de defesa estadunidense que havia participado participou de reuniões na cúpula da OTAN do ano passado, na Lituânia, apresentou sintomas semelhantes aos da “Síndrome de Havana”.
As pessoas afetadas pelo suposto “ataque sônico” se queixaram de tonturas, dores de cabeça, dificuldade de concentração e som intenso e doloroso nos ouvidos.
Existem mais de 1 mil casos ligados à doença
Até o momento, a investigação reuniu mais de 1 mil relatos, com dezenas de casos ainda considerados inexplicáveis.
Em 2021, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a Lei de Havana para ajudar pessoas e famílias afetadas pela doença misteriosa. No entanto, autoridades dos EUA disseram anteriormente que era improvável que a culpa pela síndrome fosse de uma potência estrangeira.
Entre 2018 e 2019, surgiram diversas teorias sobre a doença. Pensaram, por exemplo, que o som vinha de grilos. A síndrome também foi conectada a um emissor de radiação de micro-ondas e até a pesticidas.