S.O.S. Petrópolis: entenda o porquê de tanta chuva em tão pouco tempo

As chuvas na cidade atingiram os 230 milímetros em apenas 3 horas, o que é mais que a média esperada para o mês inteiro de fevereiro.
Chuvas em Petrópolis
Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Reprodução

A prefeitura de Petrópolis, no Rio de Janeiro, decretou estado de calamidade pública após as chuvas intensas que atingiram a região na última terça-feira (15). Foram confirmadas 104 mortes até a manhã desta quinta-feira (17) e pelo menos 134 pessoas seguem desaparecidas.

A média de chuva esperada para todo o mês de fevereiro na região é de aproximadamente 200 milímetros. Porém, nesta semana caíram 230 milímetros em apenas 3 horas, resultando em enchentes e deslizamentos de terra.

A chuva intensa em Petrópolis parece ser resultado da combinação entre uma frente fria que atingiu a região e o ar abafado que já pairava sobre o Rio. Isso levou a formação de nuvens carregadas bastante localizadas, que geraram as tempestades.

De acordo com o Climatempo, o tempo em Petrópolis se mantém instável até domingo (20). Mais deslizamentos de terra podem ocorrer nos próximos dias, já que os solos da região estão completamente encharcados. 

Petrópolis fica em uma região de encosta e é cortada por rios. Chuvas intensas levam a inundações frequentes no local, mas nenhuma tão devastadora como esta. Em entrevista à Agência Brasil, Matheus Martins, especialista em drenagem urbana e professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comparou o evento com outro desastre ocorrido na região em 2011.

“Fazendo uma comparação com 2011, o posto com o índice mais alto registrou quase 282 milímetros em oito horas. Ontem, o posto do Alto da Serra registrou 221 milímetros em quatro horas. Além disso, a intensidade da chuva, que é a velocidade com que a chuva bate no solo, foi muito maior. A maior já registrada em Nova Friburgo foi em 2011 com 88 milímetros por hora, a de Petrópolis, ontem, no posto do Alto da Serra, chegou a quase 200 milímetros por hora, uma intensidade muito grande”, explicou.

Em 2011, o governo federal disponibilizou R$ 2,7 bilhões para as prefeituras da Região Serrana recuperarem as cidades e se prepararem para novos acidentes. Porém, apenas 50% deste valor foi utilizado.

Para ajudar, é possível doar garrafas de água mineral, máscaras, itens de limpeza, roupas, alimentos não perecíveis, itens de higiene pessoal, entre outros materiais. Confira neste link as organizações e locais que estão arrecadando doações para a população afetada pelas chuvas em Petrópolis.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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