Saída de cofundador da Oculus pode representar problemas para planos de realidade virtual do Facebook
O Facebook entrou de maneira espalhafatosa no mercado de realidade virtual quando comprou a startup Oculus em 2014 por US$ 2,3 bilhões. No entanto, mesmo depois de lançar o primeiro acessório em 2016, o Oculus Rift, que foi seguido pelo Oculus Go deste ano e será acompanhado pelo Oculus Quest, a ser lançado, a saída do cofundador e ex-CEO da Oculus Brendan Iribe, nesta segunda-feira (22), lança dúvidas sobre o futuro dos projetos de VR do Facebook.
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Ao lado de Palmer Luckey, Michael Antonov e Nate Mitchell, Iribe ajudou a produzir o primeiro protótipo do Oculus Rift, atraindo grandes nomes da tecnologia como o atual CTO, John Carmack, e estimulando um dos projetos mais bem-sucedidos da história do Kickstarter. No entanto, após a aquisição da Oculus pelo Facebook, Iribe deixou o cargo de CEO em 2016 para se tornar vice-presidente responsável pela divisão de VR da empresa.
What a ride! We made science fiction into reality and inspired a new industry in the process. Oculus was only possible because of such an extraordinary team and community. Thank you! Now, six years after we launched Oculus and Rift, I’m moving on to the next chapter!
— Brendan Iribe (@brendaniribe) 22 octobre 2018
As coisas começam a esquentar porque, de acordo com o TechCrunch, um dos principais projetos de Iribe foi supervisionar o trabalho em uma segunda geração do Oculus Rift, um esforço que teria sido cancelado na semana passada depois de alguns “abalos internos”. Fontes que conversaram com o TechCrunch afirmam que Iribe e a equipe do Facebook tinham “visões fundamentalmente diferentes sobre o futuro da Oculus que se aprofundaram ao longo do tempo”, com Iribe aparentemente não querendo participar de uma “corrida até o fundo” da realidade virtual.
Em um e-mail, o Facebook apontou para o Gizmodo um post de Iribe com um tom bem diferente. E a empresa refutou a alegação de que Iribe tenha deixado a companhia por conflito de visões.
Embora muitos aficionados por VR, inclusive eu, reconheçam que o futuro da realidade virtual provavelmente se baseia em uma plataforma móvel, supostamente cancelar o desenvolvimento de um Oculus Rift 2.0 baseado em PC parece ser bastante prematuro. Atualmente, os headsets móveis de realidade virtual sofrem com uma série de limitações, principalmente a curta duração da bateria e a falta de poder de processamento embutido. E, sem um hardware mais considerável para superar os limites da tecnologia VR, o Facebook pode estar se limitando em relação a inovações futuras.
Quando pedido para comentar sobre a questão, um porta-voz da Oculus disse ao Gizmodo: “Embora ainda não estejamos prontos para falar sobre a próxima versão do Rift, a realidade virtual para PC ainda é uma categoria na qual estamos investindo. Ainda é uma parte de nossa estratégia — estamos continuando o trabalho em todo o produto e conteúdo e, você verá isso se manifestar no próximo ano. Além disso, Nate (Mitchell) segue liderando a equipe do Rift/PC, e não há mudanças lá”.
Agora que Iribe se foi, a trajetória da Oculus depende bastante dos ombros de Mitchell e de seu CTO, John Carmack. Porém, com potenciais mudanças tanto em estratégia quanto em investimento, o mais interessante será ver como o Facebook aborda realidade virtual no futuro, com o lançamento do Oculus Quest e de seja lá o que o Facebook esteja preparando para realidade virtual para computadores.
Imagem do topo: Getty