Samsung projeta receita menor por competição em smartphones e baixa demanda por chips de memória
No início do mês, a Apple anunciou projeções trimestrais na casa de US$ 84 bilhões para o último trimestre, muito abaixo das projeções anteriores que tinham números na casa dos US$ 89 e US$ 94 bilhões. De acordo com uma reportagem da Bloomberg desta segunda-feira (7), a Samsung parece que está indo para o mesmo caminho.
O último trimestre da Samsung, que terminou em dezembro, atraiu quase um quinto a menos de receita que o estimado pelos analistas. E o culpado por isso é a baixa demanda por chips de memória — diferente da Apple, que a explicação estava na venda de iPhones. Diz a Bloomberg:
O lucro operacional da empresa sul-coreana caiu 10,8 trilhões de wons (US$ 9,6 bilhões) no período finalizado em dezembro, segundo resultados preliminares liberado nesta terça-feira, ficando abaixo da média de 13,8 trilhões de wons de estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.
A deterioração de relações entre Estados Unidos e China — dois dos principais destinos de exportação da Samsung — afetou a demanda por memórias, que são usadas de computadores pessoais a dispositivos móveis, aumentando a pressão da empresa para revitalizar o negócio de smartphones.
Como notado pela CNBC, a receita operacional é “28,7% menor comparado com um ano atrás”.
Um fator por trás dos problemas da companhia, acredite, é a baixa projeção de vendas da Apple, que é uma das grandes compradoras de chips de memória e telas da Samsung.
Fora isso, ainda são citados como motivos a guerra comercial entre Estados Unidos e China, uma desaceleração associada com a economia chinesa, aumento da competitividade no mercado de smartphones com a ascensão de fabricantes como a Huawei, e o fato de os produtos da Apple serem proibitivos em alguns mercados. A Samsung também reconhece que seu próprio negócio de smartphones está em um mercado “competitivo e ferozmente estagnado”.
No entanto, de acordo com a reportagem da Bloomberg, a guerra comercial é um dos principais problemas da Samsung, e que isto é a grande causa para a redução de venda de chips de memória. Este setor da empresa sul-coreana parecia estar em alta, mas a demanda foi reduzida.
Song Myung-sup, que é analista da Hi Investment & Securities Co, disse à Bloomberg que “não é só a Apple, mas que também fabricantes de PC, servidores e smartphones não estão comprando. Embora a guerra comercial entre Estados Unidos e China tenha influência, estes consumidores não aceitarão os preços atuais, e a Samsung agora sofre pressão para reduzir custos.” Sobre isso, a Bloomberg acrescenta:
Chips de memória são responsáveis por grande parte do lucro da Samsung. Preços de contrato para módulos de 32 GB DRAM para servidor caíram 5% no trimestre que terminou em dezembro, segundo a InSpectrum Ttech Inc. Preços de memória flash de 128 GB MLC NAND caíram cerca de 3,4%.
Felizmente para a companhia, a baixa receita estimada não teve grande influência nas ações da empresa, com alguns analistas dizendo à Bloomberg que ninguém esperava que as notícias fossem muito boas.
A Samsung informou que espera que os problemas relacionados com a divisão de memórias diminuam no segundo semestre, e que a companhia vai tentar recuperar terreno no mercado de smartphones com novos produtos, como o “smartphone dobrável” e equipamentos pensados para a próxima geração de redes de telecomunicação, também conhecido como 5G. A CNBC, no entanto, ressalta que se a guerra comercial entre Estados Unidos e China continuar, a Samsung pode ter ainda mais problemas no setor de memória e no negócio de eletrônicos de consumo na China, além de dificuldades em suas linhas de produção no gigante asiático.
Existem alguns sinais de que a guerra comercial possa ser resolvida em breve, segundo uma outra reportagem da Bloomberg, com autoridades dos Estados Unidos tentando projetar um senso de otimismo em um acordo que pode ser fechado em breve em meio a custos crescentes para os dois lados. Por outro lado, a CNBC informa que os EUA podem ter subestimado a China. Altos esforços de estímulo do governo “até agora não conseguiram conter o enfraquecimento”, embora eles possam atingir “o crescimento dos EUA ainda neste ano, revertendo a vantagem do país sobre a China.”