O Sana 2024 já está a todo vapor em Fortaleza! Até o próximo domingo, o público que for ao evento geek poderá, além de se divertir com atrações temáticas de ícones da cultura pop, conferir um trabalho inovador e sustentável. É o projeto do Instituto Robótica Sustentável, que desenvolve robôs a partir da reciclagem de resíduos eletrônicos.
Robótica sustentável no Sana 2024
O Giz Brasil acompanha o Sana (Super Amostra Nacional de Animes) in loco e vai mostrar um pouco mais desse projeto. Ele foi iniciado em 2016 por André Cardoso, que, na época em que era professor de ciências, e viu uma oportunidade de incentivar seus alunos a entrar no mundo da robótica.
O idealizador do projeto, que atualmente concilia a presidência do instituto e as aulas no ensino superior, revelou que teve a ideia de utilizar materiais descartados por conta de uma dura realidade: a escola pública sofria com a escassez de recursos para viabilizar as aulas de robótica.
A solução para o problema foi reutilizar resíduos eletrônicos. Embora precisem de um processo minucioso de coleta e análise, em grande parte dos casos estão aptos a serem recondicionados e reaproveitados em outras áreas. Aí, em primeiro lugar, na robótica.
“A maior parte dos robôs são feitos de lixo eletrônico. A bateria, o motor, os fios, tudo isso é utilizado com descarte que as pessoas dão em computadores antigos, notebooks, e a gente consegue recondicionar e transformar em robótica”, disse André Cardoso.
Assim, o projeto rendeu bons frutos e em 2021 se tornou o instituto que atua em toda a capital cearense. Parte dos ex-alunos que ajudaram o projeto a dar os primeiros passos ainda trabalham na instituição.
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Quais peças são recondicionadas
Cardoso, mostrou ao Giz um dos robôs desenvolvidos do zero no projeto. As partes eletrônicas aproveitam peças de notebook recondicionadas, como bateria e alguns fios, mas não é só isso. A construção do corpo utiliza materiais como papelão borracha, tampas de garrafa e espetos de madeira reutilizados. O trabalho do Instituto Robótica Sustentável vai além da coleta e reutilização de materiais.
No estande da projeto, o público pode testar na prática o funcionamento dos robôs em uma partida de futebol ao estilo “Rocket League”, um popular jogo da Pyonix, estúdio da Epic Games, que promove partidas de futebol com carros esportivos. Ambos os robôs que aparecem na imagem abaixo são controlados remotamente via aplicação móvel, inteiramente desenvolvida no Instituto Robótica Sustentável.
Os materiais descartados são assim coletados graças a parcerias firmadas com várias empresas de médio e grande porte que operam no estado do Ceará. Segundo Cardoso, o objetivo é coletar assim materiais de mais empresas. E também de pessoas físicas. Ou seja, que podem ter dificuldades para encontrar os locais corretos para o descarte de lixo eletrônico.
“Nós coletamos em toda a cidade de Fortaleza. Hoje temos dezessete pontos de coleta e, atualmente, estamos em processo de expansão para vinte e um. A nossa pretensão é coletar de todas as empresas e pessoas físicas. A gente já coleta de várias empresas, como a Pague Menos, Coca-Cola, Line, entre outras companhias de médio e grande porte. A gente coleta esses resíduos, faz o tratamento e transforma em robótica”
**O jornalista Vinicius Marques viaja a Fortaleza a convite da organização do festival