Sarcófago com restos mortais em Notre-Dame já será aberto por cientistas
No último mês, trabalhadores encontraram um sarcófago de chumbo enquanto trabalhavam na reconstrução da Catedral de Notre-Dame, em Paris. Na época, pesquisadores conduziram um estudo com ajuda de uma câmera endoscópica, que revelou pedaços de tecido, cabelo e até mesmo uma almofada feita de folhas no compartimento.
Agora, os cientistas querem ir além: uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas da França (Inrap) planeja abrir o sarcófago, revelando detalhes sobre ele.
O objeto estava enterrado a 20 metros de profundidade, entre tubos que formavam um sistema de aquecimento do século 19. Porém, móveis do século 14 encontrados próximos ao sarcófago sugerem que o sarcófago remete a essa época.
Caso sua origem na Idade Média seja confirmada, os pesquisadores poderão obter detalhes sobre as práticas e ritos funerários do período. Além disso, será possível determinar também a posição social do falecido– que, considerando a maneira como foi enterrado, parece pertencer à elite.
O sarcófago deve ser enviado em breve ao Instituto de Medicina Legal na cidade de Toulouse, na França. Por lá, especialistas forenses e cientistas irão identificar o gênero do esqueleto e seu estado de saúde. Além disso, será possível estimar sua idade aproximada pela técnica de datação por carbono. |Nela, cientistas buscam traços do elemento químico carbono — e do quanto ele se decompôs ao longo do tempo — para ter uma estimativa da idade de uma amostra.
Na França, restos humanos não são considerados artefatos arqueológicos. Ao final da investigação, o esqueleto deve se tornar um patrimônio antropológico. Seu destino ainda é incerto, mas os cientistas já estão investigando uma reintrodução do sarcófago em Notre-Dame.