Em 2020, a Amazônia sofreu um desmatamento recorde. Foram mais de 8 mil quilômetros quadrados de destruição, o que representa um aumento de 30% em relação a 2019. Os incêndios e suas consequências puderam ser vistos até mesmo do espaço, conforme mostram as imagens de satélite obtidas pela Nasa.
A agência espacial norte-americana desenvolveu uma nova ferramenta para monitorar incêndios após as queimadas de 2019 na Amazônia brasileira. Para determinar anomalias térmicas causadas pelo fogo, são utilizados sensores especializados em satélites que coletam imagens visíveis e em infravermelho. No caso da região sul da Amazônia no ano passado, foram encontradas 1,4 milhão de anomalias, enquanto que em 2019 a ferramenta identificou 1,1 milhão.
Os dados de satélite mostram que houve um aumento de 60% no tipo mais destrutivo de incêndio, que são aqueles que se espalham de forma descontrolada a partir da queima da serrapilheira (camada de material orgânico ou em decomposição presente na superfície do solo de florestas). O fogo é geralmente iniciado de forma intencional a fim de limpar o terreno para atividades pecuárias e agrícolas. Apesar do clima úmido da floresta Amazônica, as condições mais secas dos últimos anos facilitaram o alastramento dos incêndios.
Os números são ainda mais preocupantes considerando que as queimadas continuam aumentando a cada ano e que os impactos serão observados por muito tempo. No início deste ano, nove ex-ministros do meio ambiente assinaram uma carta pedindo ajuda à Alemanha, França e Noruega.
O documento fala sobre a urgência de conter as crises de saúde e ambientais decorrentes das queimadas, citando o colapso do sistema hospitalar de Manaus. “Incêndios criminosos, em larga escala, durante o período de estiagem, agravaram enormemente os problemas respiratórios causados pela pandemia da covid-19, contribuindo para a elevada taxa de óbitos na Amazônia.”