Satélite revela mais de 19 mil montanhas no fundo do mar

Mapear montanhas submarinas ajuda a entender processos geológicos e oceanográficos da Terra, incluindo o fenômeno El Niño
montanhas submarinas
Imagem: Fonte: Woods Hole Oceanographic Institution

Depois do censo dos oceanos, que pretende descobrir 100 mil espécies marinhas, uma nova pesquisa publicada na revista Earth and Space Science, usou dados satélite para encontrar 19.325 novas montanhas no fundo do mar.

A descoberta expande o catálogo de Kim-Wessel, de 2015, que catalogava 24.643 montes submarinos, elevando o total de montes submarinos conhecidos para 43.454.

Mas o que explica a mudança? A divergência existe porque, até então, eram considerados montes submarinos apenas vulcões ativos ou extintos de pelo menos mil metros de altura, no fundo do mar. Entretanto, atualmente, a definição também inclui vulcões isolados menores.

No artigo, oceanógrafos do Instituto de Oceanografia Scripps, da Universidade Nacional de Chungnam e da Universidade do Havaí descrevem como usaram os dados para medir o acúmulo de água do mar e, assim, mapear vulcões submarinos.

Os satélites medem a altitude da superfície do mar, que muda com a força gravitacional ligada à topografia do fundo do mar, efeito que chamamos de mar amontoado.

Qual a importância das montanhas submarinas?

A descoberta é importante porque, até hoje, apenas 20% do fundo do mar foi mapeado. As montanhas são fontes de informações sobre os ciclos e processos geológicos, oceanográficos e ecológicos da Terra. Seu baixo mapeamento aumenta os riscos de colisões das montanhas com submarinos, além de impedir a criação de modelos de fluxo oceânico.

Como têm um impacto forte no fluxo do oceano, agindo como barreira entre a água fria das profundezas e a água quente da superfície, os montes podem auxiliar, inclusive, na compreensão do fenômeno El Niño, causado pela interação entre o oceano e a atmosfera. Principalmente com a mudança climática, que faz com que os oceanos absorvam mais calor e dióxido de carbono.

O mapeamento dos montes também é positivo para mineração do fundo do mar, já que abrigam grandes quantidades de minerais de terras raras – e servem de habitat para a vida marinha. Além disso, pode ajudar a mapear placas tectônicas e o campo geomagnético do planeta.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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